O presidente da Junta de Arcozelo, em Barcelos, ameaçou “endurecer a luta” contra o eventual encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) instalado na freguesia, considerando que o fecho seria um ato “ignóbil, deplorável e injustificável”.
Para já, a junta lançou um abaixo-assinado, que será enviado à administração da Caixa.
“É um balcão que serve não só os cerca de 20 mil habitantes de Arcozelo, mas também todos aqueles que vivem nas dezenas de freguesias da parte norte do concelho. Nunca está às moscas, tem sempre filas, não se percebe por que razão se pode pensar em fechá-lo”, disse à José Monteiro da Silva à Lusa.
O autarca confessou que não tem “conhecimento oficial” do encerramento, mas adiantou que a decisão de fecho, já em finais de junho, foi transmitida a membros do seu executivo por funcionários do balcão.
“Foi como se me tivessem dado um valente murro no estômago”, referiu.
Monteiro da Silva disse estar à espera de uma reunião com responsáveis da CGD, que poderá ocorrer ainda esta semana.
Se se confirmar a intenção de encerramento, a Junta estará disponível “para endurecer a luta”.
“Sejam manifestações, sejam indicações para as pessoas encerrarem as contas na Caixa, sejam outras iniciativas, estamos disponíveis para esgotar as formas de luta contra uma decisão ignóbil, deplorável e injustificável”, enfatizou.

Hoje, o Bloco de Esquerda promoveu uma concentração frente ao balcão de Arcozelo, tendo o deputado Pedro Soares criticado o eventual encerramento e anunciado que vai levar o assunto à Assembleia da República.
O PSD/Barcelos, por seu lado, emitiu um comunicado em que refere que o funcionamento do balcão de Arcozelo “é fundamental para o comércio, serviços, indústria, cidadãos residentes e com vida profissional em Arcozelo e freguesias da região, para além das famílias e cidadãos em geral”.
Acrescenta que questionará o presidente da Câmara e a Junta de Freguesia sobre o que têm feito para contrariar a eventual intenção da CGD e que, através do deputado Joel Sá, questionará o Governo na Assembleia da República.
“O Partido Socialista tem responsabilidades se o encerramento vier a acontecer e demonstrará falta de força política, incompetência e não estar à altura de defender os cidadãos perante uma falta de visão dos responsáveis da CGD”, remata o comunicado.