A Caminhada pela Vida, organizada por um grupo de cidadãos, com o apoio da Federação Portuguesa pela Vida (FPV), que decorreu, simultaneamente, em várias cidades do país, juntou cerca de 1.500 pessoas em Braga, revelou hoje a O MINHO fonte da organização. Movidos pela “necessidade de dar voz àqueles que ainda não podem ou já não podem defender-se”, os participantes sairam à rua em defesa da vida, contra a eutanásia, sob o lema “A Vida em 1º lugar!”.
- Anúncio -
Este manifestação pró-vida começou há alguns anos em Lisboa, mas estendeu-se a outras cidades do país.
“A [Caminhada pela Vida] tem vindo a contagiar-se progressivamente a outras localidades, e apresenta já uma dimensão nacional, sendo que, este ano, os portugueses irão concentrar-se simultânea e estrategicamente em 5 cidades: Lisboa, Porto, Aveiro, Braga e Viseu. Vemos, assim, que há cada vez mais pessoas conscientes de que é necessário defender publicamente a inviolabilidade da Vida Humana, desde a sua concepção até à morte natural”, afirma um responsável pela organização.
“Existe uma sociedade cada vez mais desejosa de defender publicamente a vida e o ativismo cívico a este nível, desde a componente social até à componente política, tem sido de uma vivacidade muito rara em Portugal. Há milhares de pessoas empenhadas nesta questão. Por isso, não entendemos o silêncio de alguns media. Parece bastante evidente que existe alguma relutância em dar a conhecer a nossa posição e o que fazemos, apesar de sermos tão numerosos, só em Portugal. Querem passar a imagem de que não há a causa da vida em Portugal, que é uma coisa minoritária, de extremistas, de pessoas ultrapassadas e antiquadas, presas a algum conservadorismo. Mas, todo este ativismo cívico, de milhares e milhares de pessoas, muitas das quais jovens universitários, não condiz com essa narrativa que querem colar ao movimento pró-vida. É mesmo preciso sair à rua para dizer ‘basta’ à agenda política fraturante e às leis que violam a vida. Se queremos, de facto, um Estado e uma sociedade que ponha a vida em primeiro lugar, então temos que sair à rua e defendê-lo com a nossa voz e, no próximo ano, temos que defendê-lo com o nosso voto”, acrescenta.
O voto “é uma arma”
Com as eleições legislativas a acontecerem já em 2019, a Federação Portuguesa pela Vida promete estar mais vigilante e vai lançar um questionário a todos os partidos e a todos os cabeças de lista.
“O nosso objetivo é que na hora de votar, as pessoas tenham claro quem são os políticos e os partidos que apoiam ou não apoiam as nossas causas. Não pode voltar a acontecer que políticos que mantiveram o silêncio em tempo eleitoral sobre estes temas, chegando à hora de votar, votem de uma maneira que não é de acordo com aquilo que seria expectável, tendo em conta os partidos onde estão. É preciso que as pessoas tenham consciência da importância do seu voto, que é uma arma, e que os partidos tenham consciência que o povo pró vida está farto de não estar representado no parlamento”, defende.
“Nenhum de nós votou na consciência dos senhores deputados, votámos um programa eleitoral, por isso, em temas tão importantes e essenciais como a eutanásia, não pode haver votos porque a consciência pessoal do senhor deputado assim o dita, mesmo quando é contra a vontade dos seus eleitores”, sublinha a FPV.
No questionário que a ser distribuído serão feitas perguntas “com clareza” aos candidatos.
“Publicaremos depois esses resultados para que as pessoas possam decidir o seu voto em conformidade. E faremos, como é evidente, o apelo claro a que só se vote nos candidatos que se comprometam a respeitar a inviolabilidade da vida humana. Ou seja, que estejam “contra a eutanásia, que defendam que é preciso cuidar e não matar, mais apoios para a maternidade e paternidade, menos apoios para o aborto”, e se posicionem do lado certo nas outras questões, como as barrigas de aluguer, a procriação artificial ou a investigação em embriões. Da resposta ou da ausência de resposta, o povo saberá tirar as suas conclusões!”, refere.
“Defendemos que a pessoa humana deve ser sempre compreendida na sua irrepetível e ineliminável singularidade e que cada ser humano é único e tem o supremo direito a viver a sua própria história, enquanto centro de consciência e de liberdade. A sociedade, por sua vez, só se realiza no respeito pela dignidade transcendente da pessoa humana, já que esta representa o fim último da sociedade, que a ela é ordenada”, remata a FPV.
A Federação Portuguesa pela Vida, fundada em 2002, é uma instituição que “reúne em vínculo federativo associações e fundações que tenham por objecto e finalidade a defesa da Vida Humana, desde o momento da concepção até à morte natural, a promoção da dignidade da Pessoa Humana e o apoio à Família e à Maternidade”.