PCP avisa que quem votar OE com base em “cálculos eleitorais” está a prestar “mau serviço ao país”

Considera arriscado dizer que não haverá eleições antecipadas
Foto: PCP

O secretário-geral do PCP avisou hoje que quem votar o Orçamento do Estado para 2025 com base em “cálculos eleitorais” estará a prestar um “mau serviço ao país”, considerando arriscado dizer que não haverá eleições antecipadas.

“Aquilo que determina a nossa opção [contra o Orçamento do Estado] não tem a ver com cálculos eleitorais, em nenhum momento. Se outros o fizerem, acho que estão a prestar um mau serviço ao país, mas isso, cada um decide por si”, defendeu o comunista.

Paulo Raimundo falava numa conferência de imprensa na sede nacional do PCP, em Lisboa, na sequência de uma reunião do Comité Central do partido para analisar os resultados nas eleições europeias de domingo e a “situação política e social”.

O dirigente comunista começou por salientar que, “a não ser que haja uma reviravolta muito grande”, o PCP não deverá acompanhar “qualquer opção de Orçamento do Estado” para o próximo ano, que será entregue pelo governo minoritário PSD/CDS-PP na Assembleia da República em outubro.

Apesar de o documento ainda não ser conhecido, Paulo Raimundo explicou que a posição do PCP tem por base a avaliação que faz da “política ao serviço dos grandes grupos económicos, clarinha” que acusa o Governo de prosseguir desde que tomou posse, “em que tudo é pretexto para abrir negócio”.

Na ótica do dirigente comunista, “é no mínimo arriscado dizer que não vai haver eleições” antes das próximas autárquicas, marcadas para o próximo ano.

“Peço desculpa pela franqueza mas pouco me importa sinceramente a instabilidade política. Eu acho que essa não é a questão, o que me importa é a instabilidade da vida das pessoas”, argumentou.

Para Raimundo, o que é conhecido do programa do Governo e do futuro orçamento não trará essa estabilidade “à vida das pessoas”.

“Isso não serve, pode servir a alguns, poucos, que vão acumulando à conta dessas opções, ou a alguns que por meros cálculos políticos não querem arriscar, diria assim”, afirmou.

Questionado sobre se o PS pode não querer arriscar ir a eleições legislativas antecipadas, Paulo Raimundo respondeu: “Como digo, não falo por outros, mas volto a dizer: quem olhar para a situação do país, enfiar a cabeça na areia e fizer as suas opções em função de cálculos eleitorais está a prestar um mau serviço ao país, aos trabalhadores e ao povo”.

 
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