O presidente da Associação Empresarial do Minho (AEMinho), Ramiro Brito, vê o Minho “com potencial de promoção de uma comunidade empresarial mais coesa, mais unida, mais capaz de cooperar”.
O organismo comemorou o seu quarto aniversário em Ponte de Lima, com várias iniciativas que refletiram o principal compromisso da associação empresarial, com sede em Braga.
“O envolvimento da comunidade empresarial desta que é a região motor da economia do país”, disse, vincando que, por isso, “faz todo o sentido celebrar este quarto aniversário no Alto Minho”.
Com o tema da Reindustrialização da Europa como orientação central da comemoração, a AEMinho organizou uma conferência sobre “A Reindustrialização da Europa e as Oportunidades para Portugal” e que contou com a participação do ex-ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, que realçou “a importância de impulsionar a indústria europeia para desenvolvimento da economia com impacto visível”.
Siza Vieira pede estímulos europeus
Em nota de imprensa, a Associação sublinha que Pedro Siza Vieira, falou da “capacidade produtiva da Europa, como potência exportadora, e pediu “maior qualidade” e “estímulo orçamental” às entidades europeias.






Para além da intervenção do ex-ministro, a AEMinho chamou ao debate intervenientes com experiência em áreas diversas, da economia à indústria: Ana Teresa Lehmann (economista e ex-Secretária de Estado da Indústria), Gonçalo Regalado (CEO Banco Português do Fomento) e Sofia Tenreiro (CEO Siemens).
Luís Aguiar-Conraria (presidente da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho) finalizou a conferência com uma intervenção “focada na inovação, no crescimento económico e na incerteza do ambiente geopolítico, que traz desafios e, ao mesmo tempo, oportunidades para apostar na economia europeia de uma forma mais estrutura e consciente”.
Relação próxima com as empresas do Minho
A seguir, Ramiro Brito, presidente da AEMinho, apelou à mudança. “O fantasma da Inteligência Artificial, a digitalização, a automação tem tomado conta dos assuntos do dia. Queremos afirmar que não há mudança sem sacrifício. Não há transformação sem sairmos da nossa zona de conforto. O objetivo de falar da Reindustrialização é o de acrescentar conhecimento e desbravar o caminho que já se iniciou e não é opção não o seguir”, destacou.
Valorizando o percurso da AEMinho, o empresário reafirmou a visão e compromisso da associação, de manter uma relação próxima e atenta às empresas do Minho: “São quatro anos de olhos postos no crescimento das empresas do Minho, do Norte e do país, num estímulo claro e desinibido à cooperação. Crescemos todos os anos em associados na concretização da visão do Minho como um só, numa região única, sem preconceitos territoriais e apostando tudo na diversidade da nossa economia minhota”.
E, prosseguindo, acentuou: “Vamos continuar a ser voz livre e independente dos empresários, num exercício positivo e a favor do crescimento económico e das empresas, humanistas e conscientes de que é na união das nossas empresas que forjamos um futuro que pode criar melhores condições de vida para todos”.
A favor de uma só região
E acrescentou: “A AEMinho é espontaneidade, liberdade e independência. É a favor de uma região só, a favor do crescimento económico, de melhores salários, de uma política que corresponda às necessidades das nossas empresas de uma forma consciente e estruturada”.
O presidente da associação agradeceu ainda aos associados e parceiros da AEMinho. “Somos uma associação multissectorial e temos a força de juntar uma comunidade empresarial mais diversa e, ao mesmo tempo, a fragilidade de eventualmente falhar na atenção que devemos dar a determinados sectores de atividade. Por isso, desafiem-nos a explorar assuntos, atividades, áreas económicas”, pediu.
Como tem sido hábito, o aniversário foi celebrado com a inauguração de uma obra de arte, da autoria do artista Carlos Mello, uma oferta ao Município de Ponte de Lima para o espaço público. “O Progresso como Simbiose, não como Antagonismo” é uma peça artística que visa refletir a reindustrialização e a evolução da economia portuguesa, conectando o passado industrial ao presente e futuro mais sustentável.

“O objetivo é o de sensibilizar o público sobre a transformação da indústria, destacando a importância da sustentabilidade e inovação, e promovendo uma reflexão sobre o impacto social e ambiental da reindustrialização”, explicou a associação.