Investigadora da UMinho ganha prémio de 15 mil euros da L’Oréal

Céline Gonçalves é natural de Vila Verde
Investigadora da uminho ganha prémio de 15 mil euros da l’oréal
Foto: UMinho

Céline Gonçalves, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho, foi hoje distinguida, em Lisboa, com uma Medalha de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência e foi-lhe atribuído um prémio monetário de 15 mil euros.

Em comunicado, a UMinho indica que a investigadora está a “desenvolver uma técnica inovadora para o diagnóstico e monitorização precoce e eficaz do glioblastoma, o tumor cerebral maligno mais comum e agressivo em adultos”.

O prémio atribuído pela L’Oréal Portugal, pela Comissão Nacional da UNESCO e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia tem o valor de 15 mil euros e visa “incentivar investigadoras em Portugal, já doutoradas e até aos 35 anos de idade, a prosseguirem estudos inovadores com impacto na saúde e no ambiente”.

O júri desta 21ª edição avaliou dezenas de candidaturas e elegeu quatro, incluindo a de Céline Gonçalves, que se torna a sexta laureada da UMinho, após Isabel Veiga, Margarida Fernandes, Joana Cabral, Priscila Pires e Carina Cunha.

“O glioblastoma é difícil de monitorizar e os seus pacientes têm uma taxa de sobrevivência muito baixa. Céline Gonçalves procura formas inovadoras de detetar e acompanhar esta doença de modo eficaz, acessível e menos invasivo. A sua equipa vai estudar pequenas estruturas libertadas pelas células, chamadas vesículas extracelulares, que transportam informação sobre o estado dessas células. Ao analisar as vesículas presentes simultaneamente no tumor e no sangue daqueles doentes, pretende-se identificar uma combinação de moléculas (a ‘impressão digital’ do glioblastoma) que permita detetar a doença e acompanhar a sua evolução apenas através de uma análise ao sangue”, lê-se na nota enviada às redações.

Rastrear o tumor só com a análise ao sangue

“Se conseguirmos identificar esta assinatura molecular de forma fiável, estaremos perante uma ferramenta com enorme potencial clínico: diagnósticos mais rápidos e precoces, deteção atempada de recaídas e maior capacidade de adaptar os tratamentos a cada paciente, aumentando a sua qualidade de vida”, explica a responsável.

A investigação decorre no ICVS, em colaboração com o Hospital de Braga e o Centro Clínico Académico de Braga.

“O projeto pode ainda abrir portas à aplicação desta metodologia noutras doenças oncológicas, promovendo uma medicina mais centrada no doente”, diz a UMinho.

Natural de Vila Verde, Céline Gonçalves é licenciada em Bioquímica, mestre e doutorada em Ciências da Saúde pela UMinho e tem feito carreira no ICVS como investigadora e docente.

Considera que as mulheres enfrentam vários desafios na ciência, nomeadamente o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional: “A maternidade ainda é penalizadora numa carreira onde os prazos não param”.

O prémio que agora recebe “é um reconhecimento do trabalho realizado e um impulso para continuar uma investigação que poderá ter impacto real na vida de muitos doentes”.

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior
Comboio histórico do douro regressa em junho (com 'nova' locomotiva)

Comboio histórico do Douro regressa em junho (com 'nova' locomotiva)

Próximo Artigo
Os números do euromilhões

Os números do Euromilhões

Artigos Relacionados