O Konyaspor, da Turquia, derrotou hoje o Vitória, num jogo da segunda jornada da Liga Europa de futebol, em que foi sempre melhor do que a inoperante equipa portuguesa, agora última do grupo I.
Os golos de Musa Araz, aos 24 minutos, e de Deni Milosevic, aos 48, garantiram um triunfo inédito da equipa turca nas provas europeias, frente a um conjunto vimaranense inferior em quase todo o jogo e que apenas subiu de rendimento na última meia hora, marcando por Hurtado, aos 74, embora sem pôr em causa a justiça do resultado.
Com a quarta derrota em quatro jogos frente a equipas da Turquia na Europa – derrotas com o Fenerbahçe, por 3-0 (fora) e por 3-0 (casa), em 1990/91, e com o Besiktas, por 3-1 (casa), em 2005/06 -, os vitorianos, com um ponto somado, caíram para o quarto e último lugar do Grupo I,, liderado pelos austríacos do Salzburgo, que venceram na receção aos franceses do Marselha, por 1-0.
A formação vimaranense, apenas remodelada na baliza face ao jogo da I Liga com o Marítimo (triunfo por 2-1), com Miguel Silva a estrear-se nas provas europeias devido à lesão de Douglas, criou o primeiro momento de perigo, quando Héldon, aos quatro minutos, cruzou a bola para o primeiro poste, obrigando Serkan Kirintili a esticar-se para evitar o golo.
O domínio ao longo dos primeiros 45 minutos pertenceu, contudo, ao Konyaspor, equipa que, nesse período, revelou mais fluidez ofensiva e respondeu ao primeiro lance vimaranense aos nove minutos, quando Milosevic, descaído para a esquerda, ganhou espaço e rematou em arco, fora do alcance de Miguel Silva, ao poste esquerdo da baliza.
O Konyaspor aproveitou os vários passes falhados pelos vitorianos na saída para o ataque para se instalar no meio-campo adversário e, ao minuto 24, chegou ao golo num lançamento lateral longo para a linha de fundo, com Patrick Friday a cabecear de costas para a pequena área, onde Musa Araz se antecipou a Wakaso e desviou rasteiro para a baliza.
Em desvantagem, os minhotos revelaram falta de soluções para romper a organização defensiva adversária, mas, ainda assim, dispôs de uma ocasião flagrante para igualar, quando Héldon rematou, de fora da área, para defesa incompleta do guardião do Konyaspor, e Raphinha, na recarga, em zona frontal, atirou por cima, ao minuto 34.
A equipa lusa sofreu outra contrariedade em cima do intervalo, quando Pedro Henrique se lesionou, obrigando Pedro Martins a fazer entrar o ‘veterano’ Moreno para o eixo da defesa após o intervalo, além da troca de Wakaso por Francisco Ramos, médio que se estreou pelo Vitória, e viu o Konyaspor marcar de novo, a abrir o segundo tempo.
Num lance de contra-ataque, o lateral-direito Skubic, mais uma vez com muito espaço na ala direita do ataque turco, cruzou para o ‘coração’ da área, onde Deni Milosevic saltou mais alto do que os restantes jogadores e cabeceou ao ângulo superior esquerdo da baliza vitoriana.
A reação lusa demorou, mas, a partir do minuto 60, o Vitória começou a surgir em zonas mais adiantadas e a exibir um melhor entendimento ofensivo, sobretudo graças à ação de Héldon, que esteve na origem do golo vitoriano, ao ganhar a linha final pela esquerda, antes de atrasar para a finalização certeira de Hurtado, em zona frontal, aos 74.
No último quarto de hora, o jogo ‘partiu-se’, com a equipa de Mustafa Akçay a explorar o contra-ataque e a ameaçar o terceiro golo num remate de Malick Evouna, travado por Miguel Silva, aos 87 minutos, e os pupilos de Pedro Martins a instalarem-se junto à área contrária nos instantes finais, mas sem resultados.
Pedro Martins (treinador do Vitória): “[Foi] uma primeira parte forte [do Konyaspor]. Não entrámos bem. O adversário também tem mérito. Teve 20, 25 minutos muito fortes, empolgado pelo público, e nós não conseguimos gerir os momentos do jogo nesse período. Depois já equilibrámos o jogo, embora sempre expostos às transições.
Na segunda parte, sofremos logo um golo logo no início da segunda parte. A equipa poderia ter reagido mal, mas reagiu muito bem. A partir daí, equilibrámos o jogo, fomos mais equipa como gostaríamos de ser. Fizemos o golo, fizemos tudo para ir à procura do segundo golo, e controlámos as transições do adversário, curiosamente quando jogámos tudo no risco. Não conseguimos levar um ponto fruto também do jogo do adversário na primeira parte. A segunda parte é diferente, e a equipa já esteve ao seu nível.
[Vitória acusou o primeiro golo?] O adversário estava forte nesse momento. É um lançamento lateral, e nós deveríamos anular aquela situação. Infelizmente, não conseguimos. Apesar do grande domínio do adversário, a grande oportunidade acaba por ser nossa, e a segunda parte, em que, depois de sofrermos o segundo e animicamente poderia não corresponder, a equipa deu uma resposta. Tudo fizemos para sair daqui com outro resultado.
É recuperar esta equipa para domingo. Temos outro jogo importante [com o Belenenses, para a I Liga]. [A derrota] não vai abalar a equipa”.
Francisco Ramos (jogador do Vitória): “Estou supercontente por me estrear por este grande clube. Em relação à derrota, foi um jogo de homens. Não entrámos muito bem no jogo. Conseguimos manter o 1-0 ao intervalo. Depois, logo no início [da segunda parte], eles fazem o segundo golo, mas nós, como homens que somos, fomos atrás do resultado, fizemos o primeiro golo e lutámos até ao fim, com várias oportunidades para igualar o resultado.
Vamos esperar [nos restantes jogos da Liga Europa] tudo o que tivemos até aqui: caráter, personalidade, somos todos homens, todos sabemos o que queremos, somos um grupo unido, que ainda está à procura do objetivo. Nada está perdido, estamos nesta luta e juntos vamos até ao fim”.
Notícia atualizada às 20h40