O Vitória de Guimarães espera um resultado líquido negativo de cerca de 400 mil euros na próxima época, informou o clube no seu sítio oficial, antecipando a assembleia-geral de sábado para aprovação do orçamento.
Segundo os documentos disponibilizados, as receitas previstas do clube, que incluem formação do futebol, modalidades e gestão das piscinas (SAD do futebol profissional à parte), são de 3,8 milhões de euros, enquanto os custos operacionais previstos ascendem a cerca de 2,8 milhões de euros.
Os resultados operacionais, antes das depreciações, gastos de financiamento e impostos, ascendem, por isso, a cerca de 1 milhão de euros positivos, mas o peso da dívida obriga ao pagamento de cerca de 390 mil euros em juros, o que, acrescido dos impostos e do valor das amortizações previstas (960 mil euros), levarão ao referido resultado líquido negativo de quase 400 mil euros (389 mil euros).
Já o saldo das modalidades aponta para um défice de 56 mil euros e a gestão das piscinas um saldo negativo de 47.000 euros, contribuindo para um défice global superior a 100 mil euros anuais.
O Conselho Fiscal (CF) do Vitória de Guimarães, que dá parecer positivo ao orçamento por unanimidade, alerta para a necessidade de, “num contexto de fortes exigências de capital, decorrente do serviço de dívida em que o clube ainda se encontra, e num exercício em que termina a quota das modalidades”, serem “analisadas novas fontes de receita”.
Nota ainda o CF que “as necessidades financeiras do clube para liquidação da dívida de curto prazo, já vencida e a vincenda, irão ascender a valores que rondarão os 3,4 milhões de euros”, o que significa que os meios libertos do exercício (960 mil euros) “estarão aquém das necessidades de financiamento do clube, num montante que se prevê que ronde os 2,4 milhões de euros”.
Avisa ainda aquele órgão que “não existe na proposta de orçamento qualquer menção acerca do volume de suprimentos existentes na SAD, que se prevê utilizar para colmatar as elevadas necessidades de financiamento do clube”.
Termina o CF o seu parecer defendendo que os grandes desafios para este mandato de Júlio Mendes são “a reforma do sistema de quotização e a redefinição da estratégia de utilização dos suprimentos remanescentes para utilização no serviço da dívida”.
A AG do Vitória realiza-se no sábado, a partir das 14 horas, no pavilhão do clube. Além do orçamento, destaca-se na ordem de trabalhos uma proposta da direção para a composição do Conselho Vitoriano.