Fernando Silva, vereador na Câmara de Vila Verde eleito pelo Chega, chamou “parasitas” aos funcionários das Finanças, os quais acusa de não quererem “fazer a ponta de um corno”.
“A experiência de semana de quatro dias arranca em 2023, esta é a notícia de hoje em quase todos os jornais.
No entanto, por aquilo que tenho visto e pela experiência sentida, para os funcionários das Finanças, quatro dias de trabalho seria o dobro do pretendido, ou seja, não pretendem fazer a ponta de um corno e ainda assim fazem perder tempo a quem trabalha”, começa por escrever o vereador, que foi afastado da Distrital e da Concelhia do Chega, depois de ter escolhido como mandatário um ex-presidente de Câmara que cumpriu pena de prisão por corrupção.
E prossegue: “Ainda hoje fui às Finanças em Braga e deparei-me com a porta principal encerrada, e uma mais ao canto lateral esquerdo, meia aberta, mas com um Sr. ali em frente a dar indicações a uma dezena de pessoas que só podiam entrar por marcação”.
Segundo Fernando Silva (conhecido por Fernando Feitor), “era bem visível e audível o descontentamento por parte de todos que ali estavam”. E continua a narrativa na primeira pessoa: “Enquanto esse Sr. encaminhou uma pessoa ao balcão, eu entrei, entrei porque a porta estava aberta, tirei a senha para efectuar um pagamento, e nesse instante ouço uma funcionária a dizer-me que tem que ser por marcação”.
“Olhei para o balcão de atendimento de uma ponta à outra e vejo só uma pessoa a ser atendida e meia dúzia de funcionários ali sentados a olhar uns para os outros. Em resposta, à Sr. irritada, mais do que eu, disse que se estão ali a ser pagos com os impostos dos contribuintes e não querem fazer nada, a não ser virem para o local de trabalho coçar os tendões, que fiquem em casa e deem lugar a outros que queiram trabalhar, que cheio de parasitas já nós estamos neste podre e caduco Pais que mais se parece hoje com uma Venezuela, que o Portugal que todos nós conhecíamos”, escreve o vereador.
“De nada valeu a minha preocupação com o estado desta pobre Nação, agendou-me lá com as beiças torcidas para que eu volte dia 21 de Novembro para efectuar o devido pagamento que hoje podia ter sido feito; mas se nessa data me esquecer, ficará adiado e só efectuarei o pagamento lá só para o ano que vem. À saída ouvi da boca de alguns que muitos mais havia de haver como aquele Sr., referindo-se a mim”, pode ler-se na publicação.
E conclui: “Caso isto continue assim como está, até porque a câmara de Braga opta pelo mesmo método, aconselho todos os comerciantes, principalmente aos que estão ligados à hotelaria, restauração e todo comércio alimentar, etc, a fazerem o mesmo (só por marcação), era uma boa lição a essa gente para ver se esses PARASITAS aprendiam a respeitar quem trabalha e lhes paga o ordenado ao fim do mês”.