A Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira destruiu, em 2015, um total de 168 ninhos de vespa asiática, a maioria sinalizados em zonas rurais com a ajuda da população e dos apicultores do concelho, revelou esta segunda-feira aquela autarquia.
A “grande maioria” dos ninhos, especificou o município, foi encontrada “em árvores, havendo também alguns casos em habitações, muros e vegetação, sendo que o ninho com maior dimensão tinha 65 centímetros e o mais pequeno, apenas cinco centímetros”.
“Desde o início do ano de 2016 só foram destruídos dois ninhos de vespa asiática, porque até março a espécie encontra-se em hibernação”, explicou o município.
O método de destruição dos ninhos daquela espécie invasora, descreveu, consiste “na introdução, no interior do ninho, de um isco impregnado em substância inseticida, com recurso a um dispositivo extensível”, sistema que “se revelou mais eficaz” do que o anteriormente utilizado.
“A destruição é realizada por serviços contratados pela Câmara Municipal, que entre a data de avistamento e a data de desativação, procedem à destruição imediata”, frisou.
Em 2014, segundo a autarquia, “o processo era efetuado através de uma substância inseticida e o ninho imediatamente retirado, numa operação noturna a uma distância muito curta do ninho”, operação que podia demorar vários dias.
“Vila Nova de Cerveira, a par de Paredes de Coura, tem desencadeado uma sistemática desativação de ninhos de vespa velutina (vespa asiástica), numa lógica de ação de combate concertada que deveria envolver todos os municípios do Alto Minho, seguindo as indicações do Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa Velutina em Portugal, elaborado pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária e pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas”, sustentou a autarquia.
Dados da Associação Apícola Entre Minho e Lima (APIMIL) indicam que cada ninho pode albergar até 2.000 vespas e 150 fundadoras de novas colónias, que no ano seguinte poderão vir a criar pelo menos seis novos ninhos.
Segundo os apicultores, esta espécie, “mais agressiva”, faz com que as abelhas não saiam para procurar alimento por estarem sob ataque, enfraquecendo as colmeias, que acabam por morrer colocando em causa a produção de mel.
Esta espécie predadora foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004.
Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir no final do seguinte. Viana do Castelo é o concelho com maior número de casos registados. De acordo com os últimos dados, desde 2012 foram sinalizados 1.098 ninhos de vespa asiática, dos quais 955 já foram destruídos.