Vila Galé abre polémico hotel em Ponte de Lima no dia 25 de abril

Investimento de 20 milhões de euros no Paço do Curutelo
Obras no Paço do Curutêlo em dezembro de 2024. Foto: Pedro Gonçalo Costa / O MINHO / Arquivo

O Vila Galé vai abrir quatro hotéis este ano, dois em Portugal (Ponte de Lima e Alentejo) e dois no Brasil, disse hoje o presidente do grupo, acrescentando que mantêm interesse em reforçar a presença no mercado espanhol, brasileiro e até cubano.

Num encontro com jornalistas, em Lisboa, Jorge Rebelo de Almeida, disse que em Portugal, o grupo prevê abrir o Vila Galé Casas D’Elvas, no Alentejo, em fevereiro, num investimento de seis milhões de euros, assim como o Vila Galé Paço do Curutelo, em Ponte de Lima (Viana do Castelo), em 25 de abril.

Neste último, o investimento é de 20 milhões de euros e está envolta em polémica devido às críticas de descaracterização do paço do século XII.

Como O MINHO noticiou, a obra esteve embargada pela autarquia limiana em outubro de 2024, tendo sido depois levantado o embargo e as obras prosseguiram.

Na altura, o empresário Jorge Rebelo de Almeida criticou o embargo: “Disparate total. Nós temos aqui uma obra que devia alegrar as pessoas da região e do país. A Vila Galé não é uma empresa de vão de escada. Está tudo aprovado. Tudo certinho”.

O paço ou castelo Curutêlo, localizado na freguesia de Ardegão, Freixo e Mato, Ponte de Lima, está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1977, tendo, nos termos legais, uma Zona Geral de Proteção (ZGP) de 50 metros.

Em 2022, foi adquirido pelo grupo Vila Galé, através da empresa Xvinus – Companhia Enoturística, Lda.

120 milhões de reais no Brasil

Já no Brasil, num investimento de 120 milhões de reais (cerca de 19,3 milhões de euros ao câmbio atual) está programada a abertura dos projetos de Ouro Preto (Minas Gerais) ainda no primeiro semestre do ano e o de Belém (Pará) em outubro para a COP30.

Para além destes, Jorge Rebelo de Almeida lembrou que o grupo tem em carteira vários outros projetos, para os quais “é prematuro” fazer estimativas de abertura, já que questões burocráticas para a sua aprovação “os têm deixado encalhados”. Entre eles: o projeto para o Paço Real de Caxias (Oeiras), o da Quinta da Cardiga na Golegão e os de Penacova – que terá um conceito dedicado ao humor – e de Miranda do Douro. Ainda assim, acreditam que alguns deles vão avançar este ano.

Jorge Rebelo de Almeida disse ainda que o grupo – “que não é capaz de estar parado, quer é fazer coisas” – mantém em análise várias possibilidades de expansão.

Em Espanha, por exemplo, onde abriram em 2024 um hotel na costa, na Isla Canela, o interesse “nos principais destinos” do mercado vizinho mantém-se, nomeadamente “Madrid, Barcelona, Sevilha ou Bilbau”, disse, por sua vez, o administrador Gonçalo Rebelo de Almeida.

Segundo o mesmo, neste mercado, dado que são “destinos consolidados”, a aposta deverá ser feita na aquisição de projetos já existentes ou na reconversão de atividade.

Já no Brasil, o projeto de Coruripe (Vila Galé Coruripe Alagoas), bem como os do estado de São Luís do Maranhão, Vila Galé Collection São Luís e Vila Galé Collection Maranhão, ainda poderão vir a começar a construção este ano, disse.

Questionado num eventual interesse num projeto hoteleiro para Santa Catarina, o presidente da Vila Galé afirma que este “é um estado que pode vir a justificar a presença” do grupo.

Sobre Cuba, Jorge Rebelo de Almeida lembrou que o país “está a atravessar uma crise importante”, mas que acreditam que o turismo ali “tem muito futuro”, daí que mantenham o interesse em alargar presença, nomeadamente “Havana ou Varadero continua em cima da mesa”.

Hoje, o Grupo Vila Galé anunciou estimar que o resultado líquido de 2024 tenha subido para cerca de 105 milhões de euros, com as receitas a bater recorde e com os dados a apontarem para um 2025 de crescimentos.

O grupo conta com 45 hotéis, 32 em Portugal, um em Espanha, 11 no Brasil e um Cuba.

 
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