A Câmara de Viana do Castelo candidatou 530 mil euros ao Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR) para “erradicar” espécies invasoras em cinco locais da faixa litoral classificados como monumentos naturais locais.
Em comunicado, esta quinta-feira, a autarquia da capital do Alto Minho referiu tratar-se de “áreas únicas para o conhecimento da história geológica da Península Ibérica desde há mais de 500 milhões de anos e que integram a candidatura que o município está a preparar para reconhecimento de território Geoparque Mundial da UNESCO”.
Os cinco sítios classificados como monumentos naturais locais situam-se, predominantemente, na faixa litoral do concelho nos locais designados como Alcantilado de Montedor, Pedras Ruivas, Canto Marinho e Ribeira de Anha, bem como uma área no estuário do rio Lima, entre as pontes Eiffel e da A28, designada como Ínsuas do Lima.
Os locais classificados estão inseridos no perímetro do Plano de Ordenamento da Orla Costeira entre Caminha e Espinho, à exceção das “Ínsuas do Lima”, que são interiores à linha de costa.
Com montante previsto na candidatura, o município pretende avançar com a “erradicação e controlo de espécies exóticas, principalmente de ‘Acacia dealbata’ (Mimosa), ‘Acacia longifolia’ (Acácia-de-espigas) e ‘Acacia Melanoxylon’ (Austrália), ‘Carpobrotus edulis’ (chorão das praias), ‘Arundo donax’ (cana gigante), ‘Trandescantia fluminencis’ (erva-da-fortuna ou tradescância) e ‘Cortaderia selloana’ (erva das pampas ou plumas)”.
O programa de reabilitação ecológica agora candidatado a fundos comunitários “inclui um plano de monitorização, durante cinco anos, para garantir o sucesso da intervenção”, a realização de “ações de promoção de literacia científica junto da população”.
Ao abrigo do Ano Municipal da Recuperação da Floresta Nativa Portuguesa, que pretende reflorestar as Áreas de Recuperação Ecológica (ARE) e que se encontra atualmente em curso, “estão ainda previstas ações de plantação nas áreas a intervencionar, nomeadamente espécies nativas como o carvalho, o pinheiro, o pilriteiro, a azinheira, a bétula ou a urze, entre outras”.
“Viana do Castelo é um território rico do ponto de vista do património natural e vultural, com cerca de 4.800 hectares especificamente designados para a proteção de ‘habitats’ da fauna e da flora (três sítios de importância comunitária da Rede Natura 2000), sendo o único concelho do país com o inventário do património geológico concluído e devidamente classificado como 13 monumentos naturais, perfazendo uma área total de cerca de 2.832 hectares”, sustenta a autarquia.
Na nota hoje enviada, a autarquia destaca que o programa de reabilitação ecológica dos cinco monumentos naturais “foi realizado com a colaboração das Juntas de Freguesia de Afife, Carreço, Darque, Vila Nova de Anha e de Santa Marta de Portuzelo, e ainda com as Uniões de Freguesia de Mazarefes e Vila Fria e União de Freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela.
São ainda parceiras, a Associação de Caçadores de Vila Nova de Anha e a Comissão Diretiva dos Baldios da Montaria.