Paula Veiga, que iniciou o atual mandato na Câmara de Viana do Castelo como vereadora do PSD, do qual entretanto se desfiliou, concorre agora pelo Nós, Cidadãos!, confiante em garantir a representação do partido no executivo municipal.
Professora de ensino especial, natural de Angola e a residir, há vários anos, na freguesia urbana de Meadela, Paula Veiga tornou-se, em agosto, na cabeça de lista do Nós, Cidadãos!, depois de o partido ter comunicado a “perda de confiança” no arquiteto Rui Martins, candidato que anunciara em junho e que, entretanto, avançou com uma candidatura pelo Aliança.
A coordenadora distrital do Nós, Vianenses (do Nós, Cidadãos!) e vereadora independente, de 53 anos, anunciou em abril a desfiliação do PSD, agastada com “situações de monopolização”, admitindo que a escolha do candidato autárquico foi “mais uma gota” para transbordar o copo.
A candidata acredita no ‘feedback’ positivo que tem recebido à sua candidatura.
“Estou confiante em que o Nós, Cidadãos! vai conseguir representação no executivo municipal. Em Viana do Castelo são oito candidaturas, no entanto, o ‘feedback’ que temos recebido é muito positivo. Há indicadores fortes de que, de facto, há um caminho longo a percorrer, mas vai trazer bons resultados”, referiu.
O projeto político da candidatura “é governar com as pessoas e pelas pessoas, fomentando a participação cívica e a sustentabilidade em todos os setores, desde a coesão territorial, social, cultural, ambiental e desportiva”.
“Queremos implicar os cidadãos nas decisões da governação local, dar voz às pessoas, criando mecanismos para que possam participar a todo o momento, em todas as decisões”, afirmou, sublinhando que o programa eleitoral contém “propostas específicas para todas as áreas”.
No urbanismo, por exemplo, defende “um ajustamento do Plano Diretor Municipal (PDM) e planeamento municipal em todos os setores, tendo como linhas orientadoras a preservação e potenciação do património material e imaterial, numa lógica de sustentabilidade”.
Na mobilidade, entre outras medidas e caso seja eleita no dia 26, irá bater-se pela melhorias dos serviços de autocarros, “para diminuir o fluxo de tráfego automóvel e as necessidades de estacionamento”.
A “expansão dos transportes públicos, incentivando a mobilidade velocípede, através da utilização dos percursos já existentes e alargando essa rede”, é uma meta de Paula Veiga, que quer ainda “revitalizar a atividade económica, através da dinamização de programas de criação de empresas e de emprego mais duradouro e bem remunerado”.
Segundo dados do Eyedata, consultados pela agência Lusa, em 2019, o ganho médio mensal de um trabalhador por conta de outrem em Viana do Castelo era de 1.114,70 euros, quando a média nacional se situava nos 1.207,01 euros
De acordo com a Pordata, em 2020, no total de população residente, a percentagem de desempregados inscritos do Instituto de Emprego e Formação Profissional era de 4,2%, abaixo da média nacional de 5,8%.
A coesão territorial, o incentivo à natalidade e à demografia, através da criação do cheque família, de creches subsidiadas ou de acesso a uma rede de amas credenciadas ao serviço do município, apoios à habitação e desagravamento fiscal familiar são outras das medidas preconizadas pela candidatura do Nós, Cidadãos!.
Na coesão social, Paula Veiga propõe a constituição de equipas multidisciplinares de apoio social e familiar, na educação maiores apoios sociofamiliares, e na saúde a garantia de infraestruturação básica sanitária em todas as freguesias e a criação de equipas multidisciplinares de apoio à saúde ou de ação domiciliária.
A implementação de práticas sustentáveis e amigas do ambiente, de plano cultural em cada freguesia e a dinamização das medidas impulsionadoras das identidades locais no turismo de lazer, recreativo, desportivo, no turismo cultural e profissional integram também o seu programa eleitoral.
Além da candidatura de Paula Veiga, concorrem Luís Nobre pelo PS, Eduardo Teixeira pela coligação PSD/CDS-PP, Cláudia Marinho pela CDU (PCP/PEV), Jorge Teixeira pelo BE, Rui Martins pelo Aliança, Maurício Antunes da Silva pelo IL e Cristina Miranda pelo Chega.
Nas autárquicas de 2017, o PS conquistou 53,68% dos votos e garantiu seis mandatos. O PSD atingiu os 21,25% e dois mandatos e a CDU alcançou 8,11%, ficando com um lugar no executivo municipal.