O presidente do Chega, André Ventura, afirmou hoje que Pedro Nuno Santos deve um pedido de desculpas aos portugueses pela forma como geriu o dossiê da TAP e instou-o a assumir todas as suas responsabilidades.
Em declarações aos jornalistas em Braga, à margem de uma reunião com a direção da Associação Empresarial do Minho, Ventura disse ainda que lhe parece “evidente” que houve uma suposta ilegalidade com a autorização concedida à ex-presidente executiva da TAP para acumular funções noutras empresas.
“Pedro Nuno Santos autorizou uma acumulação que aparentemente será ilegal, segundo a informação que temos vindo a obter, e, portanto, não pode deixar de ser responsabilizado por isto. Não pode alegar desconhecimento e deve pedir desculpa aos portugueses porque, muito provavelmente, as indemnizações que vamos ter de pagar e o imbróglio jurídico em que meteu o Estado são responsabilidade sua”, referiu.
Considerando que a acumulação de funções consubstancia um “evidente conflito de interesses”, André Ventura sublinhou que a autorização revela “uma tremenda falta de bom senso e de discernimento político” e a impreparação de Pedro Nuno Santos para ser primeiro-ministro.
“Parece-me evidente que há aqui uma ilegalidade”, frisou, instando Pedro Nuno Santos a assumir a responsabilidade por este processo.
Esta manhã, em Matosinhos, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, assumiu toda a responsabilidade política do que se passou na TAP, dossiê que geriu enquanto ministro das Infraestruturas.
“Eu assumo todas as responsabilidades no que diz respeito à TAP (…) Aquilo que verdadeiramente interessa do ponto de vista da responsabilização política é que eu assumo a responsabilidade política, enquanto ministro, de tudo o que se fez na TAP e é isso que é verdadeiramente importante”, afirmou.
Questionado pelos jornalistas sobre a notícia do jornal o SOL que hoje adianta que Pedro Nuno Santos aceitou as condições da ex-CEO da TAP Christine Ourmières-Widener de manter funções noutras empresas, e que isso ficou previsto no contrato da gestora, o dirigente socialista vincou que o contrato foi feito com equipas jurídicas das duas partes.
“O contrato é feito com as equipas jurídicas tanto da anterior CEO como da TAP, a equipa jurídica da TAP. É importante que nós tenhamos essa consciência”, frisou.
A ex-presidente executiva da TAP foi exonerada por justa causa, em abril de 2023, no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros à antiga administradora Alexandra Reis, que levou à demissão do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do seu secretário de Estado Hugo Mendes, e à constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da companhia aérea.