Depois de ouvir diversas críticas de André Ventura no Parlamento, durante o debate relativo a uma moção de censura ao Governo, António Costa criticou a postura do Chega ao afirmar que o partido não está na vida política para resolver problemas.
“Esta moção de censura confirma o que todos já sabíamos: o Chega está na vida política para fazer barulho, ter palco e espaço mediático, e não para resolver problemas das pessoas e do país”, disse o primeiro-ministro.
Durante o debate, André Ventura apontou o dedo a António Costa, acusando o primeiro-ministro de ser o principal culpado de um momento de crise do Governo.
“Vejam o país que nos deu a maioria absoluta: serviços de saúde encerrados, pessoas a morrer por falta de atendimento, uma ministra que já não tem nenhum capital político e já só se mantém por teimosia de António Costa”, disse.
“É o Governo socialista no seu melhor. Não é a covid, nem a troika, nem a guerra a responsável pela crise. É o primeiro-ministro”.
Ventura também lembrou da situação de Pedro Nuno Santos e a desautorização de Costa ao ministro das Infraestruturas na semana passada, no caso do aeroporto de Alcochete.
“O que aconteceu não foi uma trica entre portugueses. Envergonhou o país. Pediu ‘por favor, não me despeça’. E agora temos um ministro que já não existe”, disse.
Costa respondeu à acusação e disse que o Chega está a aproveitar de um erro efetivamente grave, mas efémero.
O primeiro-ministro também falou sobre outros assuntos e garantiu que com as medidas do Governo, os portugueses pagam menos 16 euros na gasolina e 14 no gasóleo, e que o mecanismo ibérico permitiu uma poupança de 14% no custo da eletricidade das famílias.
Costa também disse que o Governo mobilizou um total de 1.682 milhões de euros para combates os efeitos da inflação global, e que reforçou em mais de 40% o investimento no SNS.