ARTIGO DE PEDRO SALVADOR
Esta semana arrancou o processo dos vistos gold que tem tanto de mega quanto de absurdo. A classificação de mega provém da quantidade de testemunhas (mais de 400 pessoas) cirurgicamente escolhidas para que o processo nunca conheça o seu fim. O atributo de absurdo resulta do facto de este ser mais um processo em que se queimam rios de dinheiro para rigorosamente nada daquilo que é determinante fazer em Portugal – eliminar a corrupção.
As manobras dilatórias, as constantes encenações judiciais, o caráter extemporâneo com que tudo isto é depois julgado, resultam num falhanço total do sistema de justiça. E qualquer sistema existe para servir um propósito. No caso do sistema de justiça, ele existe para administrar justiça. No estado atual de toda a nossa máquina de justiça é difícil acreditar que a mesma administre efetiva justiça. São inúmeros os casos de processos de grande mediatismo que se arrastam nos tribunais sem qualquer resultado prático perante as circunstâncias que lhe estão na origem.
O estado de direito tão apregoado é pois uma enorme falácia porque não é já estado de direito de coisa nenhuma. Num estado de direito a justiça não se dá a luxos destes – de ter criminosos à solta e corruptos a governar os destinos do povo. Num estado de direito qualquer pai ou mãe podem educar os seus filhos sem os ter que privar de verem estas aberrações processuais através dos órgãos de comunicação social. Num estado de direito a comunicação social é totalmente íntegra e isenta e não vive de avenças de políticos e corruptos. Num estado de direito não se constroem histórias a partir de exemplos medíocres da sociedade.
É por isso que não me importava de vender o nosso sistema de justiça e comprar um novo bem mais barato e eficaz!
Este artigo de opinião também foi publicado no blogue “Insónias”