Declarações após o jogo Vitória SC – Farense (1-2), da 33.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães:
– Luís Freire (treinador do Vitória SC): “Começámos logo a não fazer golo por pouco. Na primeira vez que o Farense vai à frente, temos de ser mais agressivos. A partir daí, estamos por cima do jogo, com muita bola parada, situações perto da baliza do adversário. O golo não ia surgindo, o que acaba por inquietar a equipa. Houve muitas paragens. Não se jogou muito na primeira parte.
A equipa esteve sempre à procura [de atacar e do golo]. Quando o Gustavo não aguentava mais, colocámos o Michel. Tivemos mais oportunidades do Nélson [Oliveira], do Chucho [Ramírez] e do Nuno [Santos]. Tivemos 21 remates e seis a sete oportunidades de golo. Tivemos alguma ‘ansiedade’, à medida que o tempo passava. O Farense tentou quebrar ritmo e tentámos acelerar.
Há dois lances que gostava que me explicassem. O penálti [do Farense] é uma coisa que não consigo entender, porque há um lance do João Mendes na primeira parte exatamente igual e nada é assinalado. No segundo golo [do Farense], o Toni [Borevkovic] é ‘varrido’ da jogada. Desestabiliza-se assim uma equipa que procurou jogar e que acaba o encontro com zero pontos. É preciso ver a imagem do segundo golo e perceber porque é que o Toni [Borevkovic] não vai à bola. Há videoárbitro para decidir as coisas. Não estou a dizer que é premeditado, mas estes são lances decisivos que ajudaram a decidir o resultado.
Vamos ser extremamente competitivos. Fomos a equipa que sempre quis assumir as despesas do jogo. Vamo-nos preparar para o último jogo. Estamos na luta. Há dois jogos: o nosso e o do adversário. Temos de ir com coragem máxima para o último jogo.
Estes jogadores têm 50 jogos na época. Estes jogadores recuperaram uma porção de pontos e bateram-se bem na Europa. O jogo não foi fácil para nós. Temos responsabilidade. Mas não podemos sofrer golos em que há falta antes. Não podemos ter lances iguais, em que um é penálti e outro não. Estamos revoltados. Estamos tristes. Temos de trabalhar e de responder. Ninguém vai falar em nós. Para a semana, vamos defrontar o primeiro classificado [Sporting]”.
– Tozé Marreco (treinador do Farense): “Nunca deixámos de acreditar. Prova disso é o que se passou hoje. Defrontámos a equipa, a par do Estoril, com as melhores dinâmicas ofensivas em Portugal, a nível de construção. Tem um jogo interior forte. Tem um jogo de ‘corredores’ forte. Sei que o Tiago e o Telmo, num momento fora de série, fazem falta à equipa.
Perante a massa adepta incrível que este clube [Vitória de Guimarães] tem, empolga muito a equipa da casa. Fomos atrás, subimos também, mas esta malta nunca deixou de acreditar, apesar dos ‘socos’ que tem levado nesta época. Não é fácil saber o resultado que aconteceu antes [triunfo do AVS sobre o Estrela da Amadora por 1-0] e entrar com esta crença e vontade. Vamos para a última jornada para ganhar o jogo. Nunca ninguém deixou de acreditar.
A nossa ideia era defender em 5x3x2 para termos três homens muito preparados a sair para o ataque e fechar muito o jogo interior do Vitória. O Vitória estava numa dupla largura com o Maga e com o Gustavo. Na primeira parte, o Vitória teve bola, mas não nos estava a fazer mal.
Se havia jogo em que quem estava de fora seria decisivo era este. Muitas vezes, falhámos nas opções. A mina crença era que o Darío [Poveda] e o Yusupha iriam ser decisivos para atacar a linha defensiva. Pensei colocá-lo em jogo, a titular, mas queria muita rutura por parte do Marco Matias e do Rui Costa [titulares]. O Darío tem tido um compromisso inexcedível com a equipa. Tem dado uma resposta de gente com caráter. Quando coloco o Darío e o Yusupha, a minha crença era a de que um deles iria ‘resolver’ o jogo.
A ausência do Tomané foi uma opção técnica. Quis trazer aqueles que sinto com toda a energia e toda a crença nestes jogos decisivos. A ausência do Tomás [Ribeiro] terá de ser explicada pelo clube.
Os adeptos têm sido inexcedíveis nos jogos em casa. Tenho tido a mesma ‘cara’, o mesmo empenho desde o primeiro dia que cheguei. Os jogadores têm trabalhado nos limites para dar a volta a isto. Encaro o jogo como se fosse o último da época”.