A Câmara de Valença vai apresentar no final de março a candidatura da quarta e última fase das obras de requalificação da fortaleza, num investimento de dois milhões de euros.
“Temos o projeto aprovado e vamos apresentar a candidatura aos fundos do Portugal 2020 a 31 de março”, disse esta quarta-feira o presidente da Câmara de Valença, Jorge Mendes.
Em causa está a intervenção na ala nascente da fortaleza, candidatada a Património Mundial pela Unesco, numa zona onde “não existe comércio”.
O investimento, de dois milhões de euros, prevê a instalação, em galerias técnicas, de sistemas de drenagem das águas pluviais, saneamento, telecomunicações, rede elétrica e gás.
A intervenção inclui ainda a construção “do mesmo perfil de passeios e arruamentos das fases anteriores tal como está definido no projeto do arquiteto Souto Moura”, explicou o autarca social-democrata.
“As obras vão colocar em causa a circulação e o normal funcionamento da fortaleza. O impacto negativo será mínimo”, afirmou.
Segundo o autarca social-democrata, as obras irão decorrer durante “cerca de um ano” e “serão acompanhadas, em permanência, por uma equipa de arqueólogos da Universidade do Minho”.
A requalificação da fortaleza começou em 2004, projetada por Souto Moura. Na altura, o arquiteto comparou a intervenção a uma prótese dentária, dizendo que, “no final das obras, Valença não será a mesma, mas manterá a mesma cara”.
A intervenção foi “precipitada” por um alerta emitido em julho de 2003 pela Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), dando conta de que a fortaleza corria o risco de derrocada, face à “deficiente” drenagem de águas pluviais e à “decrepitude” das redes de infraestruturas subterrâneas.
O processo de reabilitação da Fortaleza de Valença já custou dez milhões de euros.
A fortaleza de Valença, monumento nacional, candidata a Património da Humanidade, assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e pela história, tendo sido, ao longo dos seus cerca de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal.
A fortaleza desempenhou um papel preponderante na defesa dos ataques de Espanha e chegou a receber cerca de 3.500 homens, em dois regimentos do Exército. A presença militar só terminou em 1927, com a saída do último batalhão do Exército.
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