Cinco pessoas, quatro de nacionalidade chinesa e um português, foram acusados pelo Ministério Público pela prática, em coautoria, de vários crimes relacionados com tráfico de estupefaciente agravado e falsificação de documentos, entre outros, anunciou hoje a Procuradoria-geral do Porto.
Segundo a acusação, três dos arguidos decidiram agrupar-se e dedicarem-se à produção e cultivo de elevadas quantidades de canabis, para exportação, nomeadamente com destino aos Países Baixos, através do envio de encomendas por empresas transportadoras.
A este plano associaram-se os outros dois arguidos e outros indivíduos de identidade não apurada, prossegue a acusação.
A investigação concluiu que os arguidos arrendaram antigos armazéns ou espaços fabris, em locais isolados e de pouca circulação de pessoas e viaturas, nos concelhos de Vila Verde (distrito de Braga) e Oliveira de Azeméis (Aveiro), armazéns esses que isolaram, tapando as janelas, e equiparam, instalando diversas estufas, recorrendo ainda a dispositivos de aquecimento, exaustão e circulação de ar, proporcionado um crescimento rápido das plantas.
Salienta o Ministério Público que, paralelamente, para beneficiaram de mais lucros, os arguidos procederam à realização de ligações ilegais à rede pública de energia, através das quais obtinham a energia para sustentar a atividade criminosa.
Considerou o Ministério Público também indiciado que os arguidos usaram documentos falsos e documentos de identificação alheia para adquirir ou alugar viaturas automóveis com que se faziam transportar.
Na sequência da interceção das encomendas e das buscas realizadas foi apreendido uma quantidade de canábis superior a 561 quilos.
O Ministério Público requereu a perda a favor do Estado dos instrumentos e vantagens do crime, entre os quais telemóveis, veículos e a quantia de 126.955,71 euros referente ao valor de energia subtraído. Requereu, ainda, quanto aos arguidos de nacionalidade chinesa, a aplicação da pena acessória de expulsão.
Os arguidos encontram-se sujeitos a prisão preventiva.