O volume de negócios no setor do Turismo, Comércio e Serviços, em Barcelos, é de 1200 milhões de euros, um número “muito elevado e que justifica que se olhe para o setor procurando melhores apoios”, defendeu o presidente da Associação Comercial e Industrial de Barcelos (ACIB), perante a secretária de Estado do sector.
João Albuquerque falava durante o debate do Futuro do Setor do Comércio e Serviços, no Auditório do Teatro Gil Vicente, em Barcelos, no “Fórum Regional do Comércio”, uma iniciativa promovida pela ACIB, em parceria com a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) e a Câmara de Barcelos.
Perante Rita Marques, secretária de Estado, o responsável continuou, apelando, ainda, ao resgate de programas de modernização do comércio regional, “como aconteceu com o PROCOM, há 20 anos atrás”, e apelou a que se “recuperasse essa visão de projetos integradores que tanto ajudaram o setor e mudaram o país”.
Para João Albuquerque, “foram projetos que deixaram memórias e marcas visíveis, foram projetos que envolveram a cooperação das associações, dos comerciantes e das autarquias e que tiveram um forte impacto na modernização dos estabelecimentos, das ruas e na realização de ações de dinamização fortíssimas por parte das associações”.
“Não há turistas se as lojas não forem dinâmicas, se os centros não forem atrativo. No passado o segredo era a alma do negócio; nos dias de hoje, a partilha, o cooperativismo é a alma do negócio”, defendeu.
Na sessão de abertura, João Vieira Lopes, presidente da CCP reforçou que “o conjunto de temas que constituem os painéis serão abordados numa perspetiva positiva”, considerando que “o comércio tem problemas mas o importante é desenvolver o setor e dar-lhe oportunidade de progressão”.
Defendeu que “as PME, mais do que qualquer outro tipo de empresas, precisam das associações como canal de ligação ao poder político, porque as grandes, essas, telefonam diretamente ao ministro e resolvem o problema”.
Insistiu também na necessidade do Governo criar programas para apoiar o setor, tendo solicitado o melhor acolhimento aos pedidos da CCP nesse sentido.
Seguidamente interveio Domingos Pereira, vice-presidente da Câmara de Barcelos, que mencionou que a autarquia vai “continuar a política de redução de impostos às empresas e famílias que se irão refletir já no próximo ano, após a aprovação do Plano e Orçamento para 2023”.
Domingos Pereira, que tem a tutela do pelouro das Atividades Económicas e Gestão Financeira do Município, depois de elencar as medidas fiscais medidas que o atual executivo tomou em 2022, anunciou que a redução da carga fiscal municipal vai ser reforçada no próximo ano, garantido que vai diminuir a taxa da derrama que incide sobre as empresas, que passará de 1,14 para 1,10; vai baixar o IMI, que baixará de 0,34 para 0,33, destacando que Barcelos manter-se-á como o concelho com a taxa mais baixa do Quadrilátero Urbano.
Em resposta aos pedidos feitos pelo presidente da ACIB, para a manutenção da isenção de taxas das esplanadas e a implementação de igual apoio para as taxas com os painéis publicitários, o vice-presidente disse que “relativamente às esplanadas ela continuará, dando como muito provável que o mesmo suceda com a publicidade”.
Além da vertente fiscal, Domingos Pereira, sublinhou que “o desenvolvimento do comércio é importante para dinamização económica do concelho”, realçando a aposta numa agenda cultural atrativa como forma de dinamização das atividades económicas, destacando os eventos ligados à gastronomia, a aposta na promoção dos vinhos, a dinamização dos Caminhos de Santiago, entre outros, como exemplos de uma estratégia integrada de promoção territorial.
O encerramento da Sessão de Abertura foi realizado pela secretária de Estado do Turismo, Comércio, Serviços, Rita Marques na sua intervenção apontou os quatro grandes vetores capazes de dinamizar o setor: “digitalização, sustentabilidade, coesão territorial e capacitação”.
Transmitiu uma palavra de “gratidão ” a todos os comerciantes que durante os tempos da pandemia foram obrigados a encerrar os seus estabelecimentos.
“Vivemos dois anos especialmente duros. Ficámos alheados da nossa liberdade. Desse lado – comerciantes – houve resiliência, mas sobretudo responsabilidade, de preservar as empresas e os postos de trabalho. Apesar de não termos uma taxa de insolvência muito elevada, temos menos autonomia financeira, maior exposição ao risco”, acrescentando que, só no turismo, Portugal recuou, em termos de receitas, a 1994.