Os três detidos pela PJ de Braga por suspeitas de colaboração com uma rede internacional de tráfico de cocaína saíram todos em liberdade esta terça-feira, do Palácio da Justiça de Braga, para conhecerem as medidas de coação durante esta quarta-feira.
A Polícia Judiciária refere ter apreendido 104 quilos de cocaína (mas o MP refere 140 quilos), em Barcelos, tudo com base em informações da sua congénere espanhola, mas que por sua vez já havia confiscado 718 quilos de cocaína, no Porto de Algeciras.
As embalagens de cocaína estavam dissimuladas dentro de contentores carregados de bananas, oriundas da América do Sul, desalfandegados no Porto de Leixões, em Matosinhos, conforme alerta prévio das autoridades espanholas para a PJ de Braga.
Os dois portugueses e um brasileiro tinham fugido dos inspetores da PJ de Braga aquando da operação, em finais de dezembro de 2022, continuando depois a residir em Barcelos, Esposende e Vila Nova de Gaia, tendo sido alvo de mandados de detenção.
Segundo as suspeitas da PJ de Braga, Rui Manuel Barroso de Miranda terá “emprestado” o nome das suas empresas comerciais e cedido o seu armazém, na Rua da Fervença, da freguesia de Gilmonde, em Barcelos, enquanto Eugénio José Oliveira Teixeira seria o “pivot” das informações da rede e José Américo Vicentini trataria das questões burocráticas com a importação da fruta.
Nas alegações do Ministério Público, foi solicitada prisão domiciliária com pulseira eletrónica para o empresário de frutas Rui Miranda, de Barcelos, pedindo apresentações periódicas, para Eugénio Teixeira, de Esposende, e Américo Vicentini, de Gaia.
Por outro lado, a defesa dos três arguidos pediu para todos medidas não detentivas da liberdade, inclusivamente para aquele a quem o Ministério Público quer prisão domiciliária com pulseira eletrónica, Rui Miranda, de Barcelos, conhecido por “Batata”.
Menos 36 quilos de cocaína (MP versus PJ)
Entretanto, verifica-se uma diferença de menos 36 quilos, entre aquilo que o Ministério Público referiu em dezembro de 2022, que eram 140 quilos de cocaína (que o MP até escreveu, por extenso, centro e quarenta quilogramas) de o que referiu durante esta terça-feira a Polícia Judiciária de Braga, 104 quilos (140 quilos -104 quilos = 36 quilos), admitindo-se tratar-se de lapso de mera escrita, até porque foram confiscados exatamente 70 pacotes com dois quilos cada (70 pacotes x 2 quilos = 140 quilos).
O MINHO tentou ao longo de toda esta terça-feira esclarecer o imbróglio da diferença de menos 36 quilos de cocaína, só que não conseguiu chegar à fala com nenhum responsável da Polícia Judiciária, nem pessoalmente, nem por telefone, tendo sido o Secretariado da PJ de Braga contactado, bem como o telemóvel da Coordenação, tendo-se deixado diversas mensagens escritas.