O Tribunal de Braga pediu, sexta-feira, a realização de uma perícia forense à caligrafia de uma arguida num processo de ‘phishing’, a qual declarou em audiência que não foi ela quem abriu a conta bancária existente em seu nome no banco Montepio por onde passou uma parte dos 31 mil euros, alegadamente furtados em 2014 por quatro pessoas.
A mulher, de nome Joana, disse aos juízes que a assinatura que consta na ficha não é dela.
O coletivo de juízes quer saber se a assinatura que consta da ficha de abertura de conta foi ou não feita por ela.
O pedido da perícia obrigou ao adiamento da próxima sessão do julgamento – que devia ser de alegações finais – de outubro para novembro.
A mulher integra o grupo de quatro arguidos que estão a responder por alegado furto, através de ‘phishing’ de 31 mil euros em várias contas bancarias.
Após várias sessões, a defesa do principal arguido do processo, sustenta, “não se conseguiu demonstrar, em audiência, quem foi o autor dos desvios das contas bancárias”, ou seja, a acusação “ainda não foi provada”.
Defesa diz que nada se provou
O advogado Licínio Ramalho, que defende Manuel Correia, um homem de Braga tido como o mentor de um processo de ‘phishing’, ou seja, de desvio de dinheiros de contas bancárias alheias, no caso de 31 mil euros, disse a O MINHO que nenhuma dos lesados, que depuseram como testemunhas, soube dizer quem é que tinha dado a ordem de transferência de dinheiros para as suas contas ou para a de outros arguidos .
A tese deste jurista é subscrita por outro advogado, João Araújo Silva, com escritório em Vila Verde e que defende um outro arguido – acusado de branqueamento. “O dinheiro foi para a conta do meu cliente, mas não se conhece quem ordenou a operação bancária”, disse.
O Tribunal ouviu 13 lesados, enquanto testemunhas, os quais contaram como lhes foi retirado o dinheiro da conta que tinham no banco – quantias que chegavam a dois mil euros de cada vez- , embora nenhum deles tenha sabido dizer quem é que ordenou a transferência ilícita.
Os lesados são de Braga, Guimarães e Mirandela, entre outras localidades.
Inicialmente, o processo tinha cinco arguidos, mas um deles vai ser julgado em separado. Na audiência de ontem, apenas compareceram três, dado que um está doente, por acidente de trabalho.
O MP diz que, em 2014, Manuel Correia concebeu um plano para aceder, através da internet, a contas bancárias de cidadãos portugueses, recorrendo para tal a uma página falsa, idêntica à do Montepio, através da qual – alguém não identificado – conseguiu que alguns clientes fornecessem os códigos de acesso às contas bancárias.