Treinador do Boavista diz que “Famalicão não está na melhor fase” mas que espera “jogo difícil”

Jogo na sexta-feira, às 20:15
Foto: Boavista FC

As expulsões enfrentadas por futebolistas do Boavista há três jornadas seguidas estão relacionadas com a frustração acusada pelo lanterna-vermelha da I Liga em momentos delicados das partidas, justificou hoje o treinador Cristiano Bacci.

“Temos de aprender a lidar com a frustração. Os jogadores são pessoas, mas têm de aguentar e ter sempre a cabeça fria em alturas difíceis como esta”, admitiu o italiano, na conferência de imprensa de antevisão à receção ao Famalicão, na sexta-feira, da 20.ª ronda da prova.

Devido à expulsão do defesa central uruguaio Rodrigo Abascal na derrota fora perante o SC Braga (0-3), da jornada anterior, os ‘axadrezados’ isolaram-se como clube com mais cartões vermelhos diretos recebidos na I Liga (três), aos quais se juntam dois duplos amarelos, para um recorde de cinco jogos terminados em inferioridade numérica.

“O trabalho é uma das coisas em que mais acredito. Não é feito só no campo, mas passa por lidar com as pessoas, falar com elas e tentar encontrar um objetivo comum”, assumiu, com o Boavista a seis pontos da zona de manutenção automática e a cinco da vaga de acesso ao play-off.

Com a conclusão do mercado de inverno agendada para segunda-feira na I Liga, Bacci descartou fazer projeções sobre uma eventual resolução em tempo útil dos impedimentos de inscrição de novos atletas aplicados pela FIFA há cinco janelas de transferências, mas enalteceu os elogios do homólogo do Sporting de Braga ao espírito coletivo do Boavista.

No final do último desafio, Carlos Carvalhal revelou que os minhotos escolhem sempre o emblema do Bessa para a eleição do prémio de melhor treinador do mês, fundamentando que, “dentro das dificuldades, é a equipa com mais atitude competitiva do campeonato”.

“Acredito que faz isso para tirar votos aos ‘grandes’ e ter mais para si [risos]. Agradeço-lhe muito e já falei com ele. Os elogios são importantes e, vindos de um treinador com aquele estatuto e numa situação difícil como a nossa, de certeza que nos vão dar força, ajuda e moral. Temos de lidar com o dia a dia, que é difícil, mas nunca escondemos a cara”, disse.

Necessitado de liquidar dívidas a credores e resolver as restrições da FIFA, o Boavista oficializou esta semana a saída do nigeriano Bruno Onyemaechi, habitual titular no flanco esquerdo da defesa, para os gregos do Olympiacos, por 2,5 milhões de euros (ME).

“Desejo-lhe muita sorte. Foi um dos atletas que mais evoluíram connosco, esteve sempre totalmente disponível para jogar em diferentes posições e teve bons resultados. Ter trabalhado com ele é uma honra para mim e para a minha equipa técnica”, assinalou.

Cristiano Bacci deseja que as ‘panteras’ interrompam frente ao Famalicão uma série de quatro derrotas e nove partidas sem vencer na I Liga, que se junta à ausência de triunfos no Bessa há 13 jogos e quase 11 meses – três empates e seis desaires em 2024/25.

“O Famalicão não está na melhor fase, mas, no princípio da época, era uma das equipas mais creditadas para chegar aos lugares europeus e tem um plantel importante. Espero um jogo difícil, mas quem entrar em campo dará o máximo pela nossa camisola”, vincou.

Se João Gonçalves, Luís Pires e Augusto Dabó continuam lesionados e Abascal está castigado, Pedro Gomes e Miguel Reisinho voltam após suspensão, tal como o extremo esquerdo Salvador Agra, a caminho do 300.º encontro no escalão principal.

“É um líder silencioso, mas é exemplar e nunca passa uma mensagem negativa à malta mais jovem. Nesta altura difícil é muito importante ter jogadores assim do meu lado”, finalizou, vendo Agra atrás de Rúben Fernandes (311), do Gil Vicente, e Ricardo Horta (304), do Sporting de Braga, no pódio de atletas em atividade na I Liga com mais jogos.

O Boavista, 18.º e último classificado, com 12 pontos, recebe o Famalicão, 12.º, com 21, na sexta-feira, às 20:15, no Estádio do Bessa, no Porto, no encontro de abertura da 20.ª jornada da I Liga, sob arbitragem de David Rafael Silva, da associação do Porto.

 
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