Têxtil de Famalicão emite 3 milhões em obrigações verdes rumo à neutralidade carbónica

Riopele

A histórica têxtil Riopele, sediada em Pousada de Saramagos, Famalicão, fez a sua primeira emissão de obrigações verde no montante de três milhões de euros, anunciou hoje o Banco Montepio, que assessorou a operação financeira.

“A emissão obrigacionista ‘Riopele 2025-2030’, sob a forma de ‘green bonds’, visa apoiar o investimento associado à construção de um parque solar fotovoltaico nas instalações da Riopele, em Pousada de Saramagos, para autoconsumo, com potência instalada de 4.586 kWp”, refere a instituição bancária em comunicado.

O Banco Montepio atuou na qualidade de coordenador global e como investidor nesta emissão.

De acordo com a mesma fonte, “a construção do parque solar fotovoltaico está enquadrada no projeto Riopele EE+R – Energia mais Eficiente e mais Renovável e apresenta benefícios ambientais como a redução das emissões de gases com efeito de estufa (emissões evitadas de cerca de 1.081 tCO2/ano)”.

“A participação na estruturação e subscrição desta emissão com impacto na aceleração da transição energética e na descarbonização reforça o nosso compromisso enquanto parceiro das empresas na prossecução dos seus objetivos de sustentabilidade”, afirma Pedro Leitão, CEO do Banco Montepio.

Como O MINHO noticiou, a Riopele inaugurou, em setembro passado, uma central fotovoltaica com cerca de 8.000 painéis solares, um investimento superior a cinco milhões de euros, mais um passo para a têxtil atingir a neutralidade carbónica em 2027.

Segundo explicou na altura o diretor-geral da Riopele, José Teixeira, na forja está uma nova central fotovoltaica, a instalar no edifício principal da empresa de Vila Nova de Famalicão, que deverá estar pronta em 2025.

“O nosso objetivo é antecipar para 2027 as metas ambientais e de descarbonização”, referiu José Teixeira.

A central inaugurada em setembro tem, numa área de telhado de cerca de 22 mil metros quadrados, cerca de 8.000 painéis solares, uma potência instalada de 4,5 MWp, capaz de gerar anualmente 5.875 MWh de energia.

O projeto, apoiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), representa um investimento superior a cinco milhões de euros.

Este aumento da capacidade de produção energética permitirá à Riopele utilizar eletricidade renovável em 12% do seu consumo total de energia elétrica, “um salto significativo” em relação aos 3% atuais proporcionados pela central de biomassa em funcionamento desde 2019.

“Este avanço traduz-se numa importante redução das emissões de CO2, estimada em 1.175 toneladas por ano”, acrescentava a empresa, num comunicado conjunto com a EDP, parceira no projeto.

Trata-se de um dos maiores parques fotovoltaicos instalados em cobertura em Portugal, numa parceria com a EDP.

A Riopele torna-se também no primeiro cliente da EDP em Portugal a instalar painéis fotovoltaicos na fachada do edifício, reforçando a sua aposta na inovação, com um investimento adicional na construção de um parque de estacionamento coberto com painéis fotovoltaicos.

O administrador da EDP Comercial, António Araújo, sublinhou a aposta inovadora da Riopele, com a instalação de painéis solares também na fachada do edifício, referindo que a têxtil que completará 100 anos em 2027 “comporta-se” quase como uma start-up, pela sua constante aposta na inovação.

Com Lusa

 
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