Sociedade Portuguesa de Autores cria Prémio Carlos do Carmo para melhor disco de fado

Música

A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) anunciou hoje a criação do Prémio Carlos do Carmo, “a atribuir anualmente ao melhor disco de fado”, numa homenagem ao cantor de “Lisboa, Menina e Moça”, que morreu no passado dia 01.

O prémio, “ainda sem valor determinado, será entregue autonomamente ou durante a Gala dos Autores Portugueses, por decisão de um júri constituído por nomes destacados dos corpos sociais da cooperativa, que integram personalidades como Rui Vieira Nery, António Victorino d’Almeida, Paulo de Carvalho, Pedro Abrunhosa, Vitorino Salomé, Tozé Brito, António Manuel Ribeiro e Miguel Ângelo, entre outros”, lê-se no comunicado da cooperativa de autores.

O galardão é “uma homenagem sentida a um dos maiores intérpretes musicais portugueses de sempre”, afirma a SPA, da qual Carlos do Carmo era cooperador desde 1997 e que, em maio de 2001, tinha sido distinguido com o Prémio de Consagração de Carreira.

Em 2015, Carlos do Carmo recebeu também a Medalha de Honra da SPA, “pela qualidade da sua carreira e também pelo apoio sempre dado à divulgação da obra dos poetas contemporâneos que escolheu”.

Carlos do Carmo cantou, entre outros, poemas de Nuno Júdice, Júlio Pomar, Maria do Rosário Pedreira, José Manuel Mendes, Fernando Pinto do Amaral, Joaquim Pessoa e José Luís Tinoco, que também compôs algumas das canções-chave do fadista, como “No Teu Poema” e “Um Homem na Cidade”.

Para a SPA, “a morte de Carlos do Carmo [aos 81 anos] foi uma das grandes perdas nacionais neste longo período de confinamento”.

Carlos do Carmo despediu-se dos palcos em 09 de novembro de 2019, num concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Nascido em Lisboa, em 21 de dezembro de 1939, era filho da fadista Lucília do Carmo e do livreiro Alfredo Almeida, proprietários da casa fados O Faia, onde começou a cantar, até iniciar a carreira artística em 1964.

Vencedor de um Grammy Latino de Carreira, que recebeu em 2014, entre outros galardões, o seu percurso passou pelos principais palcos mundiais, como o Olympia, em Paris, a a Ópera de Frankfurt, o Canecão, no Rio de Janeiro, e o Royal Albert Hall, em Londres.

A publicação do seu derradeiro álbum, “E Ainda?”, prevista para o passado mês de novembro, foi entretanto anunciada para este ano, pela discográfica Universal Music.

 
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