O Sindicato da Construção de Portugal quer pedir uma audiência ao embaixador de Angola por causa da situação da Soares da Costa, adiantou em comunicado.
O sindicato garante que “não defende a insolvência” da empresa “que muitos trabalhadores estão a pedir e com razão”.
“O cumprimento das dívidas da Sociedade de Construções Soares da Costa, S.A. para com os trabalhadores que trabalham há muitas décadas na empresa passa por uma carteira de encomendas de obras para ocupação das centenas de trabalhadores que estão suspensos e outros que estão em casa com salários em atraso há muitos meses”, defende o sindicato.
O sindicato acredita que “esta situação será ultrapassada com o retomar das obras em Angola, que sempre foi um país de grande importância para que a Sociedade de Construções Soares da Costa, S.A. fosse uma grande construtora”.
Por isso, a estrutura sindical acredita que “este problema não se resolve reivindicando junto de qualquer Tribunal” e sugere, “como sindicato mais representativo e que esteve sempre, desde a primeira hora, ao lado dos trabalhadores pelo pagamento dos salários, em conjunto com o secretário-geral da CGTP–IN, o senhor ministro dos Negócios Estrangeiros e a administração da empresa o pedido de uma audiência conjunta ao senhor embaixador de Angola”.
Esta posição é revelada na véspera de um plenário de trabalhadores da Soares da Costa, que decorrerá junto ao Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia, com a participação de Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, de acordo com a Comissão de Trabalhadores.
A construtora, que está no meio de um Processo Especial de Revitalização (PER), deixou de pagar aos funcionários, que têm optado por soluções como suspender os contratos de trabalho, para ter acesso ao subsídio de desemprego.
José Martins, do Sindicato da Construção e Cerâmica de Viana do Castelo e Norte disse em dezembro que este “já é o segundo PER que interpõe e os trabalhadores têm cerca de 10 milhões de euros em salários por receber”, valor que, incluindo os créditos condicionados, “atinge os 21 milhões de euros”.