O Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN) promoveu uma arruada junto de vários estabelecimentos do sector, no centro histórico de Braga. Reivindicaram o aumento salarial mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores e a reposição de direitos laborais “aniquilados” pelo impacto económico da covid-19.
Nuno Coelho, presidente da direção do SHN, afirma a O MINHO: “A arruada foi uma continuação do trabalho que temos vindo a fazer. Viemos a Braga entregar uma moção a hotéis, restaurantes e outros estabelecimentos do sector, reivindicado aumentos salariais e práticas de contratação coletiva”.
A arruada foi composta, unicamente, por duas dezenas de delegados e dirigentes sindicais, que distribuíram a moção por alguns dos estabelecimentos mais afamados da cidade. “Estivemos, por exemplo, na Brasileira, no Viana e à porta do Vila Galé”, afirma Nuno Coelho.
Só no ano passado, o sindicato vinculado à central sindical GGTP participou à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), 240 casos de abusos laborais no setor.
“Durante a pandemia muitos trabalhadores da indústria hoteleira perderam os seus postos de trabalho devido a vínculos laborais precários. Houve uma redução substancial de direitos, como por exemplo, reduções nos subsídios de alimentação e no subsídio de transportes”, acrescenta o presidente do sindicato.
Esta semana o SHN manifestar-se-á em Viana do Castelo e no Porto. Na invicta os dirigentes sindicais serão recebidos pelas associações patronais. “A ação sindical serviu também para alertar os trabalhadores e arrastar as associações patronais para a negociação”, explica Nuno Coelho, enquanto acrescenta: “Os trabalhadores foram recetivos e estão de acordo, sabem que só reivindicamos o que é justo”.
Nuno Coelho aponta ainda, como exemplo de más práticas patronais na cidade de Braga, “a confeitaria Natas de Sé, que fechou as portas sem nada comunicar aos trabalhadores”.
Partindo de premissas como “empresas e estabelecimentos de hotelaria, restauração, bebidas e similares que continuam encerrados sem qualquer justificação” e “mais de 80% dos trabalhadores dos hotéis, restaurantes, cafés, pastelarias e similares recebem hoje apenas o salário mínimo nacional”, a moção do SHN exige aos empregadores a “reabertura imediata de todas as empresas e estabelecimentos”, a “reposição de todos os direitos dos trabalhadores retirados desde o início da pandemia”, o “pagamento dos salários em atraso” e a “negociação da contratação coletiva”.
Joaquim Rodrigues, coordenador do núcleo da CGTP de Braga, adianta que “na próxima sexta-feira a CGTP fará uma ação organizada pelo CESP, na Rua Dom Diogo de Sousa, em frente à Associação Comercial de Braga”. O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) esteve, segundo Joaquim Rodrigues, “a efetuar um levantamento das necessidades do pequeno comércio, para protestar junto da Associação Comercial de Braga”.