Sindicato acusa empresas de transportes de Cerveira de tentar travar greve

João Pires Transportes Internacional e da Loartrans Transportes
Foto: Facebook de João Pires Transportes Internacionais

O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) acusou hoje a administração das empresas João Pires Transportes Internacional e da Loartrans Transportes, de Vila Nova de Cerveira, de tentar impedir a greve iniciada na segunda-feira.

“Hoje, um trabalhador ficou entregue à sua sorte na Alemanha. Depois de cumprir um serviço comunicou à empresa que ia paralisar. Foi-lhe indicado um parque para estacionar o camião e foi informado que um colega iria recolher a viatura, ficando assim impedido de aceder ao veículo. Os camiões não são só o nosso local de trabalho como também a nossa casa. Este trabalhador foi deixado à sua conta e risco, sem alojamento e outras condições”, disse à Lusa, Anacleto Rodrigues.

O porta-voz do SIMM adiantou que, “hoje de manhã, a GNR foi chamada à sede da empresa, em Vila Nova de Cerveira, numa clara tentativa de intimidação do piquete de greve, e de ‘lock-out'”.

Contactado pela agência Lusa, João Pires, administrador das duas empresas de transportes internacionais, negou os casos reportados pelo sindicato, classificando-os como “falsas acusações”.

“É tudo mentira. Hoje a GNR esteve aqui, mas por iniciativa própria, para ver como estava a situação porque sabem da greve. A empresa só chamaria a GNR se houvesse confusão, mas estamos a trabalhar com normalidade”, sustentou o administrador.

Hoje cumpre-se o segundo dia de uma paralisação que durará até domingo, pela melhoria das condições salariais.

De acordo com o SIMM, os trabalhadores em greve reivindicam a reposição das retribuições pré-acordo do Contrato Coletivo de Trabalho.

Os trabalhadores pretendem ainda a restituição dos valores dos sábados dos últimos três meses do ano de 2018 e a implementação de uma diária que cubra o valor médio pago atualmente em ajudas de custo (diária+quilómetros), por forma a acabar com o pagamento ao quilómetro.

O SIMM quer ainda que a empresa passe a “mencionar em detalhe todos os valores pagos no recibo de vencimento (prémios, subsídio, gratificações, ajudas de custo e as demais cláusulas de natureza pecuniária) e pagar a totalidade dos valores até ao dia 15 do mês seguinte”.

O administrador das duas empresas, que emprega cerca de 250 motoristas de pesados, disse ter “como provar que todas as acusações são falsas”.

“Somos uma empresa séria, que honra todos os seus compromissos. Pagamos tudo a que os trabalhadores têm direito e mais alguma coisa. Já cá esteve a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e a Segurança Social e temos tudo em ordem”, referiu João Pires.

O SIMM sublinhou que as tentativas de diálogo com administração das empresas João Pires Transportes Internacional e da Loartrans Transportes continuam a ser “infrutíferas”.

Confrontado pela Lusa, João Pires afirmou que “não aceita a meia dúzia de pessoas que têm promovido toda esta confusão como representantes do SIMM”.

“A maioria dos trabalhadores não dá credibilidade e não os considera representantes do sindicato. A administração não vai reunir com estas pessoas porque não as aceita como representantes do SIMM. Se quisessem reunir com a administração tinham pedido uma reunião antes de marcar a greve”, sustentou, garantindo “estar de consciência tranquila e que tudo não passa de má fé”.

 
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