Sem medo das tendências musicais, Moonshiners dão concerto em Ponte de Lima

Moonshiners. Foto: Divulgação

Ponte de Lima, a terra do vinho verde e das concertinas, vai abrir espaço para a cerveja, o whisky e o blues este sábado. Os Moonshiners, banda com influências daquele género musical, de Bob Dylan e com riffs marcantes, sobem ao palco do Teatro Diogo Bernardes.

Numa animada conversa com O MINHO, a baterista Susie Filipe, promete um concerto especial e espera ter tempo para trocar a cerveja pelo vinho verde. E até já fala em compor sobre a bebida tipicamente minhota.

“Estamos a preparar um concerto especial. Somos do Norte também, já estivemos perto, e temos uma afinidade muito grande com as pessoas dessa região. Já fizemos muitos amigos no concerto que fizemos em Ponte da Barca em um festival há alguns anos, e ficamos com boas ligações ao distrito, portanto achamos que seria uma boa oportunidade em criar um concerto especial, ainda mais levando ao Teatro Diogo Bernardes, que é um sítio muito bonito”, disse a companheira de banda de Vítor Hugo (cantor e guitarrista) e Gamblin’Sam (cantor e harmonicista).

Esperamos beber vinho verde. As nossas músicas refletem um bocadinho do que somos, do que fizemos, por onde passamos, pessoas que convivemos. Então se tivermos que escrever sobre o vinho verde e o sarrabulho, será normal e nos deixará completamente feliz”.

Moonshiners. Foto: Divulgação

Este concerto está inserido na tour de apresentação do novo álbum “Prohibition edition”, cujo lançamento oficial está agendado para fevereiro de 2018.

“A cada concerto que damos, sentimos-nos com mais fãs, com mais público. As pessoas vão aos concertos com alguma dúvida, aquela expetativa, de se vai gostar ou não, e depois do concerto, a maior parte fica rendida, contente e admirada. E acontece muito de as pessoas virem ter conosco, dizem que gostam muito, surpreendidas pelo trabalho, por eu ser uma rapariga e ser baterista. Todas essas componentes criam um feedback muito positivo”.

“Requer muita dedicação e trabalho da nossa parte, aliado a um pouco de sorte, que é fundamental, e muito trabalho, dedicação, persistência, não desistir, acreditar no nosso trabalho acima de tudo. Poder levá-lo ao maior número de pessoas com concertos para poder mostrar fisicamente o que faz sentir as nossas músicas, para que possamos criar fãs fiéis que nos acompanhem por longos anos, é para isso que trabalhamos”.

Com um género musical bem diferente das músicas mais tocadas em Portugal, a banda não tem medo de produzir um trabalho com bastante sinceridade.

“Nunca conseguiríamos fazer alguma coisa só para vender, porque a moda está mais para o eletrónico, e não seríamos felizes. Não nos assusta as tendências musicais”

“Ou tocamos e trabalhamos à volta do que gostamos, ou vamos contra a maré e temos que optar pelo que vende mais. Optamos por fazer o que gostamos e seguir o estilo que mais nos identificamos e que mais nos dá prazer a compor e a tocar. É um estilo que nos identificamos imenso, temos em comum os três, e optamos por fazer algo que dá mais prazer. Existimos há seis anos, passamos por muitas dificuldades, como é normal, e vemos hoje que é possível tocando coisas que já não são novas, mas com sentimento e alma que são novos, é único. Isso, aliado à música que fazemos, é possível viver disto, ou continuar e lutar por viver disso.

Moonshiners. Foto: Divulgação
Moonshiners. Foto: Divulgação
Moonshiners. Foto: Divulgação

A banda completa em 2018 seis anos de idade. Desde então, os músicos já passaram por mudanças e evoluções, como conta Susie Filipe.

“Muito grande. Já estamos juntos há alguns anos, e o projeto apanhou-nos em uma idade entre os 20 e 30, que toda a gente sente o crescimento a passar e a vir, estamos nessa altura, e a evolução daquilo que fazemos é reflexo do que somos. E tudo cresceu, nós, individualmente, tudo cresce. Temos, felizmente, encontrado pessoas que transmitem coisas boas e que ajudam.

Em 2017, atuam pela primeira vez fora de Portugal. Estiveram no Eurosonic Noorderslag (Holanda), o maior festival profissional de músicaeuropeia, no Veszprémi Utcazene Fesztivál (Hungria) e fazem uma tour pelo norte de Espanha. Em 2018, os Moonshiners querem regressar ao estrangeiro.

“Sentimos muito reconhecimento no país quando vamos fora, as pessoas reconhecem de outra maneira. Cantamos em inglês, e mesmo em países não sendo dessa língua, a comunicação é mais fácil do que em português, podemos fazer uma ligação mais direta. E trabalhamos nesse sentido, para podermos conhecer outros projetos, outras culturas”.

O concerto deste sábado começa pelas 21:30 e os bilhetes custam 3 euros.

 
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