Selecionador quer “retificar erros” em Viana do Castelo antes do Eurobasket

Ricardo Vasconcelos
Foto: FPB

O selecionador português, Ricardo Vasconcelos, assumiu hoje que os jogos com Espanha e Suíça, num torneio particular em Viana do Castelo, são oportunidades para “retificar erros” antes da estreia no Europeu feminino de basquetebol.

Concentrada há quase um mês para preparar a inédita participação no Eurobasket, que decorre entre 18 e 29 de junho, a equipa das ‘quinas’ regressa a solo luso após jogos particulares nos Balcãs, perante Eslovénia e Sérvia, em maio, e recebe a seleção espanhola na terça-feira, às 19:00, e a congénere helvética na quinta-feira, pela mesma hora, no Pavilhão Municipal José Natário.

“Estamos numa preparação de aproximadamente quatro semanas. Queremos ver, entre os erros cometidos nos primeiros jogos, quantos conseguimos retificar antes de entrar em competição oficial. Obviamente que as jogadoras querem ganhar os jogos, mas há muito para lá dessa ideia quando fazemos um jogo de preparação para um Europeu”, disse à Lusa, após uma sessão de treino na cidade minhota.

Convencido de que a equipa das ‘quinas’ está “mais oleada” face aos encontros com Eslovénia (derrotas por 78–77 e 70–64) e Sérvia (derrota por 76–62 e triunfo por 77–86), o selecionador, de 48 anos, vincou que a Espanha, finalista vencida da edição de 2023 e candidata ao título, e a Suíça, com um nível “mais parecido” ao de Portugal, vão apresentar ‘obstáculos’ diferentes.

“Num jogo, há uma equipa muito melhor do que nós, em que nos temos de superar em todos os segundos para jogar de igual para igual. Com a Suíça, teremos uma equipa mais igual à nossa, em que todas as posses de bola contam, não por estarmos a perder, mas por podermos estar a ganhar. Queremos testar as duas situações: ir ‘atrás’ de um rival melhor do que nós e tentar dominar um rival como nós”, esclarece.

Quinta classificada do ranking da Federação Internacional de Basquetebol (FIBA), a seleção do país vizinho é “muito intensa na defesa”, força a equipa adversária a jogar “sistematicamente em desconforto” e dispõe de 10 jogadoras com “um nível muito semelhante”, apesar de já ter contado com ‘cincos’ iniciais mais fortes, crê o treinador.

Já a Suíça ocupa o 49.º lugar do ranking da FIBA, a pior classificação entre as 16 seleções do Europeu, e joga “um basquetebol mais tradicional”, que vai “criar outras dificuldades” a Portugal, única seleção em estreia no Eurobasket, quando ocupa o 40.º posto da hierarquia mundial.

Convencido de que o regresso a Portugal antes da viagem para a República Checa pode “reconfortar e dar visibilidade” à equipa das ‘quinas’, Ricardo Vasconcelos frisa ainda que os jogos particulares introduzem o “efeito surpresa” que não existe no treino, “uma ação repetida”, que “gera vícios” entre as 16 atletas às suas ordens.

“Nos jogos, as jogadoras estão muito mais ativas. Têm muito mais emoções, muito mais foco. Um treino é um treino. Todas sabem o que vai acontecer. Nem sempre sabemos o que vão fazer os adversários. Eles muitas vezes não sabem o que vamos fazer. Trabalha-se o controlo da ansiedade”, observa.

Depois do Torneio Internacional de Viana do Castelo, a seleção portuguesa cumpre outro jogo particular com a Suíça na cidade minhota, no sábado, mas à porta fechada, antes de disputar o Grupo C do Europeu em Brno, enfrentando a campeã europeia Bélgica, em 19 de junho, a anfitriã República Checa, em 20 de junho, e Montenegro, em 22 de junho.

Ricardo Vasconcelos já assumiu à Lusa que o primeiro objetivo é vencer um jogo e depois sonhar com uma eventual qualificação para a segunda fase do Europeu coorganizado por Grécia, Itália, República Checa e Alemanha.

 
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