O líder da Iniciativa Liberal desafiou hoje a ministra da Saúde a revelar os critérios para as nomeações no Serviço Nacional de Saúde (SNS), considerando que se corre o “perigo” de ver alteradas administrações “por interesse e proximidade partidária”.
“Creio que há o perigo de estarmos a fazer no SNS, que já tem tantos problemas, uma substituição não criteriosa das administrações atuais por novas sem perfil, sem provas dadas e sem currículo. Só podemos imaginar que isso se esteja a fazer por proximidade e interesse partidário”, disse Rui Rocha.
Em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, após uma reunião com o conselho de administração da Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho (ULSGE) que acabou o mandato em dezembro e aguarda indicações da tutela, o líder da IL desafiou a ministra Ana Paula Martins a apresentar os critérios para as substituições às quais se tem assistido.
“Não nego que haverá alguns [conselhos de administração] que deveriam ser substituídos, outros não. O que me preocupa é que os critérios de nomeação de novas equipas não são critérios transparentes”, disse.
“Uma das lutas da IL é que as nomeações nesta área sejam por mérito, desempenho e competência e não por proximidade partidária ou por outros interesses”, disse.
O Jornal de Notícias noticia hoje que nos últimos meses foram nomeados, pelo menos, três presidentes de conselhos de administração de ULS sem experiência em gestão hospitalar.
Os exemplos são um geógrafo sem qualquer ligação à Saúde, um académico com formação e trabalho na área mas que nunca geriu hospitais e um médico que também não teve funções de chefia ou gestão em hospitais.
Convidado a comentar esta notícia, Rui Rocha insistiu: “As evidências que se vão somando um dia após outro é que os critérios que se vão conhecendo são critérios pouco claros e não se reconhece outro mérito que não seja a proximidade a determinados interesses”.
Com “o mau momento que está a passar o SNS, com problemas nas urgências e listas de espera”, refletiu Rui Rocha, “este é um péssimo sinal”.
“No SNS quem tem bom desempenho deve ser premiado. Mesmo nos casos em que se justifica a substituição deve ser feita por equipas competentes com critérios claros”, acrescentou.