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Viana do Castelo

Rui Rio “vetou” líder da distrital de Viana da lista de deputados

Carlos Morais Vieira apoio Rui Rio nas eleições do PSD, mas, em janeiro, foi um dos presidentes distritais que teve contactos para um suposto apoio a Luís Montenegro. Em 2015, também Pedro Passos Coelho não aceitou que o dirigente fosse na lista

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Rui Rio e Carlos Morais Vieira, em Arcos de Valdevez. Foto: Divulgação (01/2018)

O PSD de Viana do Castelo anunciou hoje que quer manter a lista de candidatos a deputados que propôs para aquele círculo eleitoral e classificou como “infundado e inaceitável” o “veto” ao líder da distrital.

Em comunicado de “protesto”, emitido na sequência de uma reunião, quinta-feira, convocada para analisar o veto dos órgãos nacionais ao número três da lista, Carlos Morais Vieira, a distrital do PSD afirma querer manter a a lista que propôs e acrescenta que “não será conivente com faltas de respeito ao distrito e à vontade dos militantes”.

“É sabido que o doutor Rui Rio vetou o número três da lista, Carlos Morais Vieira, por motivos pessoais. Segundo se sabe não gostou do facto do presidente da distrital ter tido contactos com outros presidentes de distritais, há uns meses atrás, e nesse sentido, resolveu vetar diretamente a sua entrada na lista, o que julgamos ser infundado e inaceitável”, lê-se no documento.

Líder da distrital social-democrata desde janeiro de 2014, Carlos Morais Vieira foi reeleito para o último mandato em março de 2018.

“Não permitiremos jogadas de bastidores de elementos que nada têm feito pelo PSD no distrito e não fizeram parte do grupo de pessoas que deram grandes vitórias ao PSD, nos últimos anos. Não toleraremos que sejam vetados nomes por razões pessoais, porque não coloca em causa só a pessoa, mas uma comissão política distrital inteira”, reforça a nota.

No comunicado, assinado por Carlos Morais Vieira, a distrital refere que lista de candidatos pelo Alto Minho, apresentada aos órgãos nacionais do partido, “foi aprovada por uma larga maioria”, e é “representativa de todos os concelhos e identificava de uma estratégia de futuro com o intuito de ganhar as eleições legislativas e preparar os combates autárquicos que se avizinham”.

No protesto, o PSD do Alto Minho sustenta que “o presidente da distrital representa o distrito e uma larga maioria de militantes que nele depositaram a confiança para lutar pelos desígnios do partido”, considerando que ao ser retirado o seu nome da lista “se está a desrespeitar a maioria dos militantes que deram apoio a Carlos Morais Vieira”.

“A lista de deputados foi revalidada na reunião de quinta-feira, ao não ser aceite que se colocasse nome algum no lugar do presidente. Reafirmamos a convicção de que é o nome que deve estar em número três da lista de candidatos de deputados à Assembleia da República, pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo”, refere o documento.

A distrital manifesta ainda “desagrado geral pela forma como o processo de elaboração de listas está a decorrer, lamentando a forma tão prejudicial que em nada favorece o partido a nível local e nacional e que seria o momento oportuno para agregar e unir todos os militantes, simpatizantes e estruturas partidárias para nos levar à vitória nas próximas eleições legislativas”.

“Unir o partido é respeitar as opiniões das comissões políticas distritais. Será nesta união das bases que colocaremos o partido no lugar que merece, mas teremos que ser respeitados nas nossas decisões”, acrescenta o PSD do Alto Minho.

A distrital social-democrata de Viana do Castelo garante “não querer alimentar polémicas nem lutas pessoais”, mas acrescenta “querer, convictamente assumir a liderança do distrito”.

“De uma vez por todas importa que tenham a noção que no distrito de Viana do Castelo o PSD tem credibilidade muito por via das pessoas que compõem a comissão política distrital e que têm feito um trabalho de mobilização e enraizamento profundo do partido”, reforça a estrutura partidária.

Em 2015, recorde-se, o nome de Carlos Morais Vieira também foi “vetado” da lista de deputados, também na terceira posição, mas por Pedro Passos Coelho, então candidato a primeiro-ministro.

A escolha dos cabeças de lista é prerrogativa do presidente do PSD, já tendo sido divulgados os nomes dos ‘número um’ pelos 20 círculos que cabia a Rui Rio escolher (Madeira e Açores têm competência própria na escolha de candidatos a deputados).

Quanto à restante composição das listas, os estatutos do PSD não definem qual a ‘quota’ de candidatos que a direção pode impor às estruturas regionais, e apenas determinam que compete às distritais “propor à Comissão Política Nacional candidaturas à Assembleia da República, ouvidas as Assembleias Distritais e as Secções”.

As listas de candidatos a deputados do PSD serão votadas, de braço no ar, no Conselho Nacional do partido da próxima terça-feira, em Guimarães.

Nas eleições legislativas de 2015, a coligação “Portugal à frente” obteve quatro dos seis mandatos que o distrito elege. O PSD elegeu três e o CDS-PP um deputado.

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