O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu hoje que o Governo tem que ter a coragem de defender medidas mais pesadas nos concelhos de Braga e Lisboa, e que as medidas de desconfinamento têm que ser claras.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, anunciou hoje que o concelho de Braga não vai avançar para a próxima fase de desconfinamento devido ao número de casos de covid-19.
Como O MINHO noticiou, no sábado Braga tinha atingido uma incidência de 177 casos de covid-19 por 100 mil habitantes, de acordo com o relatório da ARS – Norte, pelo que o presidente da Câmara, Ricardo Rio, já tinha antecipado que o concelho não entraria na próxima fase de desconfinamento a 14 de junho.
“Há o problema dos concelhos que estão a disparar, designadamente Lisboa e Braga, e aí o Governo tem de ter a coragem de ter medidas mais pesadas, como é lógico, se não isto vai disparar”, disse hoje o líder do PSD, Rui Rio, reagindo ao anúncio de que estes dois concelhos não vão avançar para a fase seguinte de desconfinamento.
Admitindo que em Lisboa possa ser “mais complicado” endurecer medidas, Rui Rio vincou a necessidade de as autoridades nacionais serem “firmes para não estragar tudo aquilo que está feito”, já que, nos últimos dias o número de casos “agravou-se mais do que todos nós poderíamos estar a pensar”.
Questionado pelos jornalistas sobre o evoluir da situação da pandemia no país Rui Rio disse não querer “ser muito agressivo” e acusar o Governo de incompetência, mas afirmou, o agravar da situação em alguns concelhos, “competência do Governo não é seguramente”.
“Acima de tudo o que o Governo tem de ser é prudente e muito claro para que as pessoas saibam exatamente aquilo que tem de fazer”, disse, considerando que “neste momento as pessoas não estão bem esclarecidas sobre o que podem e o que não podem [fazer].
No entender de Rio são precisas “regras muito claras” e o país não deve “embarcar numa situação eufórica de dizer que está tudo resolvido, porque de repente há os festejos que houve relativamente ao futebol, que estão ligados aquilo que é a degradação dos números” de casos de infeção no país.
Rui Rio falava em Santarém, à margem da visita que efetuou à Feira Nacional de Agricultura, que hoje arrancou no Centro Nacional de Exposições.
No final da visita o líder da oposição disse ter ouvido preocupações do setor a não conclusão da reforma da PAC (Política Agrícola Comum) durante a presidência Portuguesa [do Conselho da União Europeia]”, que vai terminar no final de junho, o que “deixa um quadro de instabilidade muito grande relativamente ao futuro”.
Rui Rio defendeu ainda “a necessidade de apoios públicos” para realizar investimentos que resolvam a “escassez de água” com se debate a agricultura portuguesa e implementação de políticas sustentada para atrair as camadas mais jovens para o setor.
A Feira Nacional de Agricultura/Feira do Ribatejo abriu hoje portas no Centro Nacional de Exposições (CNEMA), em Santarém, e vai prolongar-se até ao dia 13, sob o tema “A Água na Agricultura”.