O atleta cubano Roger Iribarne mantém a vontade de poder representar em breve a seleção portuguesa nas grandes provas internacionais, apesar dos atrasos no seu processo de naturalização, que perdura há cerca de um ano.
“Não posso dizer que falta muito ou pouco, mas posso dizer que está a caminhar. Agora, não sei se sairá amanhã, depois de amanhã ou no próximo ano. Sei é que esse processo está a avançar bem e continuo tranquilo à espera”, disse à agência Lusa o barreirista, em Viana do Castelo, onde alinhou no fim de semana pelo Benfica nos Nacionais de clubes.
Nos últimos dias, notícias oriundas de Cuba veiculavam alegadas negociações de Roger Iribarne e do velocista Reynier Mena, que também pertence às ‘águias’, com a federação local para que ambos voltassem a representar as seleções do respetivo país natal, tendo em vista a participação nos Mundiais, de 19 a 27 de agosto, em Budapeste, na Hungria.
“Liguei para a Federação Cubana de Atletismo para ver de onde é que tinha saído essa notícia e ninguém sabia como se tinha filtrado nem de onde havia saído. Essa notícia de voltar a competir por Cuba é completamente falsa”, reagiu o 12.º classificado do ‘ranking’ mundial dos 110 metros barreiras.
Roger Iribarne, de 27 anos, assume estar “decidido a competir por Portugal e representar a bandeira nacional” e partilha esses “propósitos” com Reynier Mena, 10.º do mundo nos 200 metros e 85.º nos 100, que esteve ausente da 85.ª edição dos Nacionais, por lesão.
“Não vou participar [nos Mundiais]. Tenho ‘meetings’ e a Liga Diamante esta temporada, enquanto estou à espera da obtenção da nacionalidade portuguesa para competir a nível mundial e nos Jogos Olímpicos”, reiterou o barreirista, que tinha competido por Cuba em Londres2017 e Doha2019, antes de se ter radicado em solo luso desde março de 2022.
Em Viana do Castelo, Roger Iribarne começou por contribuir no sábado para a vitória do Benfica na estafeta de 4×100 metros (39,97 segundos), para, no domingo, ganhar os 110 barreiras (13,81) e ser segundo no concurso do triplo salto (14,94 metros), do qual ficou ausente Pedro Pablo Pichardo, campeão olímpico, mundial e europeu e recordista luso.
“Vinha para ganhar as duas provas. O objetivo não era conseguir uma marca ou algo de espetacular, mas dar os pontos que o Benfica precisava. Os 110 metros barreiras foram uma prova cómoda. Tenho um nível bem alto para fazê-los sem muito esforço e foi assim que corri para, depois, poder fazer bem o triplo salto. O clube precisava de mim e eu fiz. Não seria para saltar 16 ou 17 metros, mas para conseguir os pontos que obtive”, notou.
Roger Iribarne, que foi vencido por Tiago Luís Pereira no triplo salto, acumulou 23 pontos em 24 possíveis nas três competições em que participou e festejou o 35.º título coletivo masculino do Benfica, detentor de um novo recorde de 13 conquistas seguidos no setor.
Essa façanha aconteceu uma semana depois de o cubano ter renovado a marca pessoal na sua distância predileta, ao alcançar 13,21 segundos na etapa da Liga Diamante em Silésia, na Polónia, tendo feito o mesmo nesta época ao ar livre nos 200 metros (21,35).