A VII Convenção Nacional da IL começa hoje em Lisboa para eleger o sucessor de João Cotrim Figueiredo na liderança, na primeira vez na história do partido em que há disputa interna com mais de uma lista à direção.
Cerca de 2.300 membros – de um universo de seis mil – inscreveram-se para esta reunião magna de dois dias que decorre no Centro de Congressos de Lisboa. Serão estes militantes liberais que vão eleger os órgãos nacionais do partido no domingo, entre o quais a comissão executiva e, consequentemente, o novo presidente da IL.
Rui Rocha e Carla Castro, deputados e membros da direção cessante, e o conselheiro nacional José Cardoso encabeçam as três listas que se apresentam à comissão executiva, disputando assim o lugar que João Cotrim Figueiredo decidiu deixar vago, provocando estas eleições antecipadas.
Na contagem de “espingardas”, Rui Rocha conta com o apoio desde o primeiro momento de João Cotrim Figueiredo e de todos os deputados que expressaram publicamente a sua posição, enquanto Carla Castro tem consigo o primeiro presidente dos liberais, Miguel Ferreira da Silva, e o antigo candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves.
Já o antigo líder e deputado Carlos Guimarães Pinto mantém-se, como habitualmente desde que saiu da presidência do partido, longe destas disputas internas e não irá sequer à convenção.
Quem vencer as eleições será o quarto presidente da história do partido que tem com pouco mais de cinco anos.
Com a disputa interna acesa, o processo eleitoral desta convenção, cujas votações serão feitas de forma eletrónica, vai ser validado com a assessoria de uma consultora contratada para o efeito, conforme adiantou à Lusa fonte oficial do partido na quinta-feira.
De acordo com o regimento da convenção, as eleições para os órgãos nacionais “são realizadas por voto direto, pessoal, secreto e decorrem por sistema de votação online”, sendo todas as restantes votações públicas.
Segundo o mesmo documento, “é aprovada como Moção de Estratégia Global pela Convenção Nacional, a Moção que obtiver a maioria simples dos votos” e “a lista proponente da Moção de Estratégia Global mais votada é eleita como Comissão Executiva”.
Para além da comissão executiva, os membros terão que votar – de forma eletrónica até porque uma parte participará remotamente – nas cinco listas ao Conselho Nacional e nas quatro listas que se apresentam quer ao Conselho de Jurisdição quer ao Conselho de Fiscalização.
O palco escolhido foi de novo o Centro de Congressos de Lisboa, mas desta vez num espaço maior do que na última reunião magna.
Hoje de manhã as atenções estarão voltadas para o discurso de João Cotrim Figueiredo, sendo ainda anunciadas as moções de estratégia global e as respetivas listais à direção, bem como as listas candidatais aos restantes órgãos nacionais.
A proposta de José Cardoso de um regime alternativo para que seja contemplada uma segunda volta nestas eleições internas promete marcar também o arranque dos trabalhos.
Serão ainda debatidas as moções de estratégia global e as setoriais, assim como as habituais intervenções dos membros inscritos.
Para a manhã de domingo estão marcadas as eleições, das quais sairão os órgãos eleitos que tomarão posse, terminando a convenção, como é tradição, com o discurso de quem for eleito para a presidência da comissão executiva.