A abertura de procedimento do concurso público para construção de uma residência universitária no edifício da antiga fábrica Confiança é o principal ponto da Ordem de Trabalhos da reunião pública do Executivo Municipal que terá lugar segunda-feira, pelas 09:30, no auditório do Centro da Juventude, em Braga.
O projeto arquitetónico de transformação da antiga fábrica de sabonetes em residência universitária, com mais de 700 camas, um investimento de 25 milhões de euros com fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), conta com um espaço de uso complementar para fins culturais de área não inferior a 500 metros quadrados. E terá espaços museológicos e de venda de produtos da Confiança.
O estudo arquitetónico, que prevê a manutenção da fachada e de alguns equipamentos fabris engloba, além dos quartos, um restaurante, ginásio, spa, e salas de trabalho e de lazer. E abrange uma zona exterior ao edifício.
A isto acresce – lê-se na proposta que vai à reunião – que, o Município, aumentou no projeto de arquitetura, (aprovado pela Direção Geral do Património Cultural) para cerca de 1.300 metros quadrados, correspondente a toda a ala do lado Poente – área correspondente à zona fabril por excelência do edifício classificado.
Com efeito, a intenção de preservar a memória do legado fabril da Saboaria e Perfumaria Confiança e, simultaneamente, valorizar o perfil da cidade, foi sempre afirmada pelo Município.
Preservar a memória
E, prosseguindo, diz: “Mesmo quando considerou alienar o imóvel, por falta de fundos que permitissem a sua reabilitação, com as instalações encerradas e em estado de degradação visível e progressiva, sempre estabeleceu as condições de salvaguarda do património e espaços interpretativos e de exposição da preservação da memória e da história do que era a Fábrica Confiança, nomeadamente, através de imagens, espólio e produtos associados a esta unidade fabril e que fossem facultados ao uso e fruição pública dos cidadãos que o pretendam conhecer e visitar”.
O projeto garante a preservação do património classificado e a ampliação dos espaços interpretativos e de exposição da preservação da memória e da história fabril passada e com um elevadíssimo potencial de uso cultural.
“Torna-se fundamental desenvolver um programa museológico que permita aos visitantes conhecer o passado. Não sendo o Município detentor de espólio que permita o desenvolvimento desse programa, foram estabelecidos contactos com os detentores de peças, a fim de obter a sua cedência, na qual se conta: Material de laboratório; Material de escritório e mobiliário; documentação diversa (correspondência, estatutos, documentação de contabilidade, publicações diversas, fotografias, …); Material de produção (cunhos, moldes e cortantes e maquinaria de produção); tipografia (máquinas e tipos tipográficos); material de design gráfico (rótulos e cartazes); embalagens de produtos (sabonetes e perfumaria); e material de publicidade.
Garante-se ainda o funcionamento de um espaço com vista à comercialização de produtos da Saboaria e Perfumaria Confiança, com foco na linha heritage, fundamental para a dinamização do próprio museu.