O rendimento disponível real das famílias diminuiu no segundo e no terceiro trimestres deste ano, refletindo o aumento da inflação sem uma contrapartida equivalente no rendimento nominal das famílias, indicou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
“No segundo e terceiro trimestre de 2022, refletindo a aceleração dos preços no consumidor sem contrapartida equivalente na variação do rendimento nominal das famílias, o RDBa [Rendimento Disponível Bruto ajustado] real das famílias diminuiu”, revela o INE.
De acordo com o organismo de estatística, o rendimento disponível bruto ajustado nominal das famílias registou um crescimento de 1% no ano terminado no terceiro trimestre deste ano, refletindo sobretudo o aumento das remunerações recebidas.
No entanto, o rendimento disponível bruto ajustado real ‘per capita’ registou uma diminuição de 0,4% no terceiro trimestre de 2022, após ter diminuído 0,1% no trimestre anterior.
Por outro lado, a despesa de consumo individual ‘per capita’ continuou a aumentar no terceiro trimestre de 2022 (variação de 0,4%), embora a uma taxa inferior ao observado nos trimestres anteriores, indica o relatório.
O INE recorda que as medidas implementadas para mitigar o impacto da pandemia permitiram manter o RDBa “com taxas de variação próximas de zero em 2020”, num período de aumento da poupança.
Com a progressiva eliminação das medidas de restrição assistiu-se ao aumento da despesa de consumo final individual a partir do segundo trimestre de 2021, “o que não foi acompanhado pelo aumento do RDBa, conduzindo à redução de poupança”.
O organismo de estatística nacional destaca que “em períodos temporais caracterizados por níveis elevados de inflação, o RDBa real per capita é mais adequado” para avaliar a situação económica e financeira das famílias.
O INE explica que o RDB ajustado real das famílias corresponde ao RDB ajustado deflacionado com o índice de preços implícito na despesa de consumo final das famílias.