O Albergue da Virgem Peregrina, na capital da província de Pontevedra, na Galiza, desde sempre o preferido dos portugueses que demandam o Caminho Português de Santiago, foi reaberto esta semana, modernizado e já com a capacidade para 80 camas.
As novas instalações vão ao encontro da grande procura de peregrinos de todo o mundo, cerca de metade dos quais portugueses, sendo que desde a sua abertura, no ano de 1999, ali se alojaram cerca de 150 mil pessoas a caminho de Santiago de Compostela.
A reabertura teve a presença de diversas individualidades ligadas ao movimento jacobeu, entre os quais o delegado territorial de Pontevedra da Xunta da Galiza, Agustín Reguera, que percorreu demoradamente todas as instalações, com Celestino Lores.
Celestino Lores Rosa, tratado carinhosamente como Tino Lores, por gerações sucessivas de peregrinos ao longo das últimas décadas não cabia em si com a satisfação, de realizadas obras, durante meio ano, “ter mais e melhor para oferecer às pessoas”.
A ampliação e melhoramento a todos os níveis do Albergue da Virgem Peregrina só foi possível graças a um subsídio de 428 mil euros, concedido pela Xunta da Galiza, através da sua Agência Regional de Turismo, para apoiar os Caminhos de Santiago.
Tino Lores declarou a O MINHO “ser uma enorme satisfação poder receber agora as pessoas, com comodidade e conforto, já que o albergue não tem instalações de luxo, mas limpas, nem pretendeu nunca concorrer com o setor hoteleiro em Pontevedra”.
A melhoria das instalações, a todos os níveis, do Albergue da Virgem Peregrina, passou pela certificação energética, com uma poupança de energia para cerca de metade, agora com luzes led, já que até a conta mensal de eletricidade era de três mil euros.
Os peregrinos a Santiago de Compostela pagam uma quantia simbólica de oito euros, não só para pernoitar, como para usufruir das instalações do Albergue da Virgem Peregrina, no centro da cidade de Pontevedra, onde tomam banho e comem as refeições.
O Albergue da Virgem Peregrina, na Rua Otero Pedraio, em Pontevedra, é considerado modelar, sendo dado a conhecer no início, ao Rei de Espanha, Filipe VI, quando o então Príncipe das Astúrias percorreu o Caminho de Santiago, com Tino Lores.
Entre outras mais-valias do Albergue da Virgem Peregrina, destaca-se o seu jardim privativo envolvente, onde os peregrinos, em especial ao final do dia, se encontram, para se conhecerem melhor e preparar o dia seguinte rumo a Santiago de Compostela.
O albergue galego, situado numa fase decisiva e já longa do percurso do Caminho Português de Santiago, iniciado no Porto, começou a funcionar no ano de 1999, “pelo que se impunham todas estas melhorias”, salientou Celestino Lores a O MINHO.
Celestino Lores Rosal estima que só em Pontevedra, ao longo de todo o ano de 2022, a passagem de peregrinos proporcionou ao comércio daquela província pelo menos cerca de cinco milhões de euros, com custo de refeições e de outros bens essenciais.
Um grupo de portugueses e espanhóis, liderados por Tino Lores, revitalizaram há 30 anos o Caminho Português de Santiago, passando desde então aquele intelectual a presidir à Associação das Amigas e dos Amigos do Caminho Português de Santiago.
A prioridade agora do grupo de trabalho encabeçado por Celestino Lores Rosal é reconhecimento oficial do Caminho da Geira e dos Arrieiros, que parte da Sé Catedral de Braga, passando por Amares e Terras de Bouro, atravessando a Portela do Homem.