Radares que estão a ser testados na A3 retirados em França por multarem pouco

Foto: DR / Arquivo

Os radares de velocidade média começaram a ser instalados nos últimos meses em Portugal, nomeadamente na A3, mas esta novidade já está desacreditada em França. O governo francês anunciou recentemente que vai retirar este tipo de radares e, de acordo com uma associação de defesa dos automobilistas, isto acontece devido ao baixo número de infratores apanhados.

Segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), vão ser instalados cerca de 10 novos radares de velocidade média em Portugal, e os automobilistas podem identificá-los a partir sinal de trânsito H42.

Em França, a tecnologia foi introduzida há mais de 10 anos, mas agora começam a ser retirados. O governo fala em elevados custos de manutenção das cerca de 100 unidades no terreno, o que leva a que os aparelhos permaneçam desligados por longos períodos.

Contudo, a associação francesa de defesa dos automobilistas – 40 Millions d’Automobilistes – aponta outro motivo: fazem pouco dinheiro. Como avança o jornal Connexion France, a associação critica esta retirada, porque são o tipo de radares mais eficazes no aumento da segurança nas estradas.

“Na realidade, as autoridades estão mais preocupadas com o lucro”, refere a associação. Cada unidade deste radar de velocidade média ‘apanha’ menos de 5.000 carros por ano, em média, em França. Por outro lado, a associação sublinha que um radar de velocidade instantânea lança ‘flash’ em cerca de 14 mil automóveis por ano.

“Eles simplesmente não geraram dinheiro suficiente través das multas de velocidade”, atira.

Por isso, a 40 Millions d’Automobilistes não tem dúvidas que os radares não servem para “aumentar a segurança nas estradas, mas para ir ao bolso dos automobilistas”.

Como O MINHO noticiou, este radar não mede a velocidade instantânea, mas sim numa distância entre dois pontos que pode ser de vários quilómetros, mas “esta distância é variável de acordo com as condições do trecho da via”, disse a ANSR citada pelo Expresso, confirmando ainda que embora já haja radares instalados, estes não vão gerar contraordenações porque se encontram apenas em fase de testes.

O novo sistema vem acompanhado com um sinal vertical que já está em Diário da República desde 2002, mas só agora começa a ser implementado nas estradas nacionais.

Segundo a autoridade rodoviária, ainda não é certo que estes radares possam entrar em funcionamento nos locais onde estão a ser instalados, daí ser referido que se tratam de experiências, devidamente marcadas com o novo sinal H42, embora a ANSR refira que o mesmo é apenas informativo e que “o condutor deve respeitar sempre os limites máximos de velocidade fixados por sinalização para a via onde circula, bem como os limites de velocidade especialmente estabelecidos para o condutor e para o veículo”.

Estes radares indicativos estão a ser instalados na A3, no Porto, mas também em Beja (IC1), Coimbra: (A1 e EN109), Évora (A6 e IP2), Lisboa (EN10, EN6-7 e IC19), Santarém (A1) e Setúbal (EN10, EN378, EN4 e IC1).

 
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