Declarações após o SC Braga – Arouca (1-0), jogo da 33.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Braga:
Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): ”Estou muito satisfeito e orgulhoso pelos meus jogadores, que foram sérios e compenetrados. A primeira parte foi um pouco desligada, mas na segunda foi mais ligada, perante um adversário muito fechado, mas tivemos paciência e os nossos adeptos também, o que foi importante.
Vencemos bem, foi o 23.º jogo sem sofrer golos, o que é notável, e queremos agora atingir o terceiro melhor registo pontual do SC Braga e, para isso, temos que vencer o último jogo [em Famalicão].
(golo de Ricardo Horta) Não senti ansiedade do Ricardo Horta, disse na antevisão que ele ia aparecer naturalmente para marcar, a equipa não jogou para ele. Foi um jogo em que havia uma densidade muito grande no último terço e entende-se isso pela necessidade de pontos do Arouca. Tinha que ser de forma coletiva que iríamos chegar ao golo.
Em relação ao Ricardo Horta, é espetacular, é um orgulho enorme ser o treinador destes jogadores e, particularmente, do Ricardo, por ser o ‘capitão’, pelo jogador e pela pessoa que é. Merece mais que tudo integrar a lista dos notáveis dos 100 anos de história do SC Braga.
A jogada do golo é a beleza do futebol, é preciso haver criatividade num jogo destes, suspirámos muito pelo Iuri [Medeiros] hoje, neste tipo de jogos, e sem desprimor pelos outros jogadores, ele assume-se como um desbloqueador contra equipas mais fechadas.
O Yan Couto tem uma jogada por zonas interiores e, depois, o Falé tira um cruzamento de excelência para um golo ‘à Ricardo Horta’.
(Grande envolvência dos adeptos) A densidade de adeptos foi subindo em função do rendimento da equipa, hoje esteve muita gente, tal como com o FC Porto, com o Rangers, e fizemos muito por isso. Fizemos uma segunda volta de muita qualidade, sempre em crescendo, vencemos o Benfica, o Sporting no seu estádio, onde já não perdia há mais de um ano, o FC Porto, que foi campeão nacional – e aproveito para lhe dar os parabéns e ao seu treinador, Sérgio Conceição -, vencemos o Mónaco, o Glasgow Rangers, o Sheriff”.
Armando Evangelista (treinador do Arouca): “(O Arouca ‘morreu na praia’?) Sim, tínhamos uma estratégia para defrontar este Braga fortíssimo e a estatística deu-nos razão. O Braga teve mais posse de bola, mas nós temos mais finalizações, em termos do grau de dificuldade das defesas dos guarda-redes também estamos por cima, pena foi aquele golo aos 87 minutos, tínhamos concedido muito poucas concretizações ao Braga, penso que, pelo que fizemos, justificámos outro resultado.
Não me parece que haja penálti, tenho a certeza, já vi as imagens. Dá-me a sensação que as câmaras do VAR nos lances do Arouca ou se desligam ou há cortes de energia. Só sei é que é mais que evidente o pisão no pé do Bukia e se o VAR não vê um pisão daqueles, não sei que lhe diga. Era um lance que nos deixava à frente do resultado e, em vantagem, as substituições não seriam aquelas. Fico triste por isso, não é a primeira vez que acontece. Vejo penáltis assinalados que valha-me Deus, e depois vejo isto. Mas, temos que saber lidar com isto. Não me parece justo que [a comunicação social] analise só o FC Porto, Benfica e Sporting, o Arouca também merece.
O que me deixa confiante [para o último jogo] não é só este jogo, mas todo o percurso que fizemos até aqui, a qualidade dos nossos homens, a capacidade de ultrapassar dificuldades, porque em Arouca são algumas. Não mudámos 25 jogadores para entrarem outros 25, ainda hoje jogámos com cinco jogadores que vieram do Campeonato de Portugal. Não temos o orçamento de outros, mas temos homens de H grande e de muita qualidade e o somatório de tudo isso é que me dá confiança para o último jogo e que a manutenção é possível”.