“[Querem] pôr o nosso país de joelhos”. Rússia abandona projeto da Estação Espacial Internacional

Devido às sanções dos EUA, Canadá, UE e Japão
“[querem] pôr o nosso país de joelhos". Rússia abandona projeto da estação espacial internacional

A agência espacial da Rússia anunciou hoje que vai apresentar “propostas concretas” de datas para terminar a cooperação na Estação Espacial Internacional (ISS), depois das congéneres ocidentais terem recusado levantar sanções a empresas russas, adianta a Efe.

“Apresentaremos em breve à liderança do país as propostas concretas da Roscosmos relativamente aos prazos para o termo da cooperação no âmbito da Estação Espacial Internacional (ISS) com as entidades espaciais dos EUA, Canadá, UE e Japão”, afirmou o diretor-geral da agência espacial russa, Dmitry Rogozin, numa publicação na rede Telegram, citado pela agência noticiosa Efe.

Segundo a Efe, Moscovo fez um ultimato às agências espaciais dos Estados Unidos, Canadá, Europa e Japão para que levantassem até 31 de março as sanções contra a empresa de investigação de engenharia mecânica TsNIIMash e a Progress Space Rocket Centre, impostas depois do início da operação militar da Rússia na Ucrânia.

Rogozin comentou as respostas do chefe da NASA, a agência espacial norte-americana, Bill Nelson, do diretor da Agência Espacial Europeia, Josef Aschbacher, da chefe da Agência Espacial Canadiana, Lisa Campbell, à exigência russa, considerando-as semelhantes.

“As respostas dos EUA e do Canadá são praticamente uma cópia a papel químico”, afirmou.

Segundo o líder da Roscosmos, “Bill Nelson afirma na sua carta que a NASA continuará a interagir com as entidades e agências federais relevantes dos EUA com o objetivo de manter a cooperação no quadro do ISS e a sua exploração, incluindo qualquer cooperação necessária do programa ISS com o apoio” das empresas sancionadas.

Já o chefe da Agência Espacial Europeia, segundo o homologo russo, “assumiu o papel de carteiro, confirmando que não toma tais decisões” pelo que redirecionará a carta de Rogozin para os estados-membros da União Europeia (UE).

O chefe da agência espacial russa considerou, assim, que a posição das agências ocidentais é clara: “Não retirarão as sanções”.

No entanto, salientou entender que com as posições assumidas “os parceiros ocidentais estão a insinuar que na realidade as sanções sobre o trabalho relacionado com o ISS não serão aplicadas”.

“Considero esta situação inaceitável. As sanções dos EUA, Canadá, UE e Japão destinam-se a bloquear o financiamento económico e financeiro e as atividades de produção das nossas empresas de alta tecnologia”, acusou.

O objetivo é, segundo Rogozon, “destruir a economia russa” e “sujeitar” o povo russo “ao desespero e à fome”.

“Pôr o nosso país de joelhos. É evidente que não serão bem sucedidas, mas as intenções são óbvias. É por isso que acredito que o restabelecimento de relações normais entre os parceiros relativamente ao ISS e outros projetos conjuntos só será possível após o levantamento completo e inquestionável das sanções ilegais”, finalizou.

 
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