A Concelhia de Barcelos do PS indigitou o seu presidente, Domingos Pereira, como candidato do partido nas autárquicas de 2017, com 91% dos votos expressos, foi divulgado esta terça-feira.
Segundo fonte do partido, Domingos Pereira reuniu o voto favorável de 55 dos 60 membros da Concelhia presentes na reunião de segunda-feira, tendo-se ainda registado três brancos e dois nulos.
A Câmara de Barcelos é presidida, pelo segundo mandato consecutivo, por Miguel Costa Gomes, também eleito pelo PS, que já tinha manifestado publicado disponibilidade e vontade de voltar a ser o candidato socialista, “para concluir o projeto iniciado em 2009”.
Em abril, o PS de Barcelos promoveu um processo de consulta interna, para escolha do próximo candidato à câmara.
Foram chamados a votar os presidentes de junta do PS, os vereadores e os membros do Secretariado e da Comissão Política Concelhia, num total de cerca de 120 pessoas.
Segundo os resultados, divulgados publicamente na reunião de segunda-feira, Domingos Pereira conseguiu 90 votos, contra 25 de Costa Gomes.
Domingos Pereira é vereador na Câmara de Barcelos e foi durante o primeiro mandato e parte do segundo o vice-presidente.
A 6 de maio, poucos depois daquela votação interna, Costa Gomes retirou os pelouros a Domingos Pereira, alegando “deslealdade” e “progressivo afastamento” da vida autárquica, após a sua eleição para deputado na Assembleia da República.
No mesmo dia, e em solidariedade com Domingos Pereira, outros três vereadores socialistas (Alexandre Maciel, Elisa Braga e Carlos Brito) renunciaram aos pelouros que detinham.
Com pelouros ficaram apenas o presidente e a vereadora Armandina Saleiro, entretanto promovida a vice-presidente.
Costa Gomes não foi à reunião da Concelhia de segunda-feira mas enviou uma carta a Domingos Pereira, que pediu para ser lida, onde reiterava a sua disponibilidade para ser o candidato do partido.
“Os militantes e simpatizantes socialistas podem contar comigo para levar avante o projeto de cidadania que iniciámos em 2009, um projeto que nunca permitirei que seja prejudicado por interesses pessoais”, lê-se na carta.
Uma carta que, no entanto, acabou por não ser lida.
“Se o camarada Miguel Costa Gomes queria intervir e falar aos militantes, ia à reunião”, justificou Domingos Pereira.
Em relação ao seu futuro, Miguel Costa Gomes afirmou, na segunda-feira, que aguarda uma reunião com a direção nacional do PS para tomar uma decisão.
“Já reuni com a [Federação] Distrital e estou a aguardar que o partido nacional me chame para conversar. Só a partir daí é que tomarei uma atitude”, referiu.
Em maio, Costa Gomes admitiu que poderá protagonizar uma candidatura independente, caso o partido escolhesse outro candidato.
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