PS quer dinheiro investido de forma mais inteligente na ciência e ensino superior

O PS defendeu esta quinta-feira novas prioridades para a Ciência, Inovação e Ensino Superior e quer que o dinheiro seja investido de forma mais inteligente, acusando a coligação de “radicalismo ideológico” ao não assumir um compromisso sério com o setor.

Um debate sobre “Ciência, Inovação e Ensino Superior na Próxima Década” na Universidade do Minho, em Braga, juntou os cabeças de lista do PS às eleições legislativas pelos círculos do Porto, Viana do Castelo e Braga – Alexandre Quintanilha, Tiago Brandão Rodrigues e Manuel Caldeira Cabral, respetivamente – três independentes ligados ao mundo académico, à investigação e à ciência.

Alexandre Quintanilha defendeu que é necessário “pegar no financiamento que existe e alterar as prioridades em relação à forma como ele está a ser gasto nesta altura”.

“Eu não estou à espera que de repente vá cair dinheiro do céu. Agora o que eu estou à espera é que o dinheiro que existe possa ser usado de uma forma mais inteligente. É uma alteração nas prioridades, que tem que ser dada às pessoas”, explicou.

Por seu turno, o investigador Tiago Brandão Rodrigues tinha durante o debate considerado que não cuidar do sistema científico-tecnológico nos últimos anos foi algo que não aconteceu por acaso mas porque houve “um radicalismo ideológico”, concretizando que a coligação de direita (PSD/CDS-PP) “tomou como bandeira a austeridade, o empobrecimento e esta ‘troika ++'”.

“Em contrapartida existe outra solução, de uma economia do século XXI que tem a ciência, a inovação, a criação de conhecimento e a transferência de tecnologia como um dos braços para a resolução de problemas”, defendeu.

Na opinião do investigador, “não há um compromisso sério com as universidades e com a criação de conhecimento”, acusando a coligação do PSD/CDS-PP de não ter como base nem a ciência, nem a inovação, nem as universidades, nem o sistema educativo nacional.

Tiago Brandão Rodrigues criticou ainda o facto de no debate que quarta-feira pôs frente-a-frente Pedro Passos Coelho e António Costa não ter sido feita uma única pergunta por nenhum dos três jornalistas sobre ciência, inovação e tecnologia.

De acordo com o cabeça de lista do PS por Viana do Castelo, apesar de não ter havido nenhuma questão sobre o tema, António Costa explicou que “a sua economia e a sua contribuição para a melhoria da economia passa pela ciência, pela tecnologia e pela inovação”.

“A educação continua a não ser um pilar mor no receituário da construção da sociedade onde nós queremos viver e da democracia”, lamentou, acrescentando que “cada euro investido em educação vai ter um retorno claro, até com uma visão economicista em termos de dividendos”.

Já o economista Manuel Caldeira Cabral explicou que para além do corte no financiamento verificado nesta área, a comunidade académica queixa-se da falta de transparência, da instabilidade e do aumento de burocracia.

“Estes problemas a continuarem mais quatro anos podem ter um efeito desastroso”, advertiu.

 
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