Os vereadores do Partido Socialista na Câmara de Braga estão preocupados com o impacto urbanístico do projeto da residência universitária na antiga fábrica Confiança e com as acessibilidades e a mobilidade na zona envolvente do campus de Gualtar da UMinho.
No final de uma visita à universidade, evocaram a necessidade de uma estratégia que promova uma maior inclusão da comunidade académica na cidade.
Os vereadores Artur Feio, Sílvia Sousa, Adolfo Macedo e Ricardo Sousa tiveram uma reunião de trabalho com o reitor, Rui Vieira de Castro, no Largo do Paço. Nesta reunião – dizem – foi abordado um conjunto de assuntos, que envolvem a universidade e o Município, com impacto significativo no desenvolvimento sustentado da cidade e no bem-estar da sua população.
Residência na Confiança
Relativamente à residência a edificar na antiga fábrica Confiança, consideram “ser da maior importância que a concretização em projeto, a ser apreciado por um júri que inclui também elementos da universidade, resulte de um consenso alargado, não só no que respeita aos espaços e valências previstos, mas também quanto à sua prevista dimensão cultural, particularmente no edificado histórico”.
E anotam: “A partilha de espaço impõe uma atenção cuidada ao modelo de gestão. Embora possuidores de uma vasta experiência na gestão das residências, a dimensão desta constitui um desafio para os Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM), a que acresce a singularidade de implicar uma gestão de espaços comuns, da responsabilidade de vários organismos”.
Ainda na opinião dos autarcas do PS, “ao número de estudantes que este alojamento vai beneficiar somam-se os que ficarão alojados na residência privada, já em construção nas imediações.
“Isso e os novos blocos de apartamentos previstos para a mesma área, suscita profundas preocupações em matéria de densidade populacional e, acima de tudo, de mobilidade. O desenho e as respostas neste domínio devem ser alvo de uma reflexão profunda, que se reveste de uma enorme urgência”, referem os vereadores em comunicado.
Mobilidade na zona do Campus
E, prosseguindo, assinalam: “Aliás, esta reflexão deve ser estruturada e ambiciosa e acomodar o segundo tema abordado, o acesso e a mobilidade na zona envolvente ao campus de Gualtar. O compromisso da Universidade na redução da sua pegada ecológica não é compatível com o número de veículos particulares que, atualmente, servem os membros da academia e que se reflete no número excessivo de lugares de estacionamento no campus (e ainda assim insuficientes para a procura)”.
“É do interesse da universidade, e também o deve ser do Município, avançar com um debate informado e construtivo sobre o desafio das acessibilidades e da mobilidade, que seja consequente na adoção de soluções. Em nossa opinião, este interesse da universidade não pode nem deve ser desperdiçado, importando promover, o quanto antes, essa reflexão.
Potenciar a ligação à cidade
Finalmente, – argumentam – “a oferta económica, social e cultural do município beneficiaria de uma maior vivência na e da cidade por parte da generalidade dos membros da academia. À conveniência, com vantagens objetivas, de um campus universitário que concentra geograficamente valências educativas, devem-se acrescentar os benefícios para toda a cidade que podem ser potenciados por toda uma comunidade jovem, dinâmica e formada”.
E sublinha, ainda, o PS/Braga: “A construção de duas residências (uma privada e outra pública) num raio relativamente pequeno de proximidade ao campus, combinada com uma valência cultural que se espera inovadora, potencia a concentração da atividade económica, social e cultural de uma parte significativa da população, bem como dos seus benefícios, numa área geograficamente limitada da cidade. É, portanto, urgente definir uma estratégia de desenvolvimento territorial coesa que fomente uma efetiva e harmoniosa inclusão da academia em toda a cidade”.
E concluindo: “O PS acompanha a universidade na vontade de debater a mobilidade, os seus desafios e possíveis estratégias no futuro próximo, beneficiando do conhecimento existente na academia e da experiência dos principais agentes e operadores na área da mobilidade no município, com vista à resolução de problemas presentes e à antecipação de soluções para problemas futuros. Desafiam assim a liderança do município a fazer deste debate uma prioridade, estando naturalmente disponíveis para colaborar e contribuir para o mesmo. Aliás, este é já um primeiro contributo”.