O projeto Regeneração da Indústria Têxtil (R’ITV) que beneficiou de 250 mil euros de fundos comunitários capacitou 20 empreendedores das regiões Norte e Centro, tendo uma parte deles visto as suas criações premiadas a nível nacional.
Desenvolvido no âmbito do financiamento comunitário “Portugal 2020” e integrado no “sistema de incentivo de ações coletivas que se enquadram na tipologia do empreendedorismo”, o R’ITV visou, segundo o coordenador Adriano Fidalgo, “a criação de novas empresas e a capacitação de 20 projetos” tendo para o efeito “recebido cerca de 250 mil euros de apoios comunitários”.
Neste projeto da responsabilidade da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) foi feita a gestão de quatro estudos, sendo que num deles “foi comparado o posicionamento dos têxteis da Galiza e os dos Norte e Centro de Portugal” e noutro foram avaliados 10 casos de sucesso de empreendedorismo na indústria têxtil e de vestuário, “normalmente entre empresas constituídas nos últimos três a cinco anos”, acrescentou o responsável.
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A “aferição e caraterização dos empreendedores da indústria têxtil e de vestuário” e o “mapeamento de oportunidades sobre o que é expectável que venham a ser as oportunidades futuras nesta área” foram os restantes estudos desenvolvidos no projeto da ATP.
A iniciativa teve por base o facto de a “taxa de mortandade das novas empresas ser demasiado elevada em Portugal”, algo muitas vezes provocado “pelo perfil do promotor, que tem um perfil mais técnico e quando inicia a atividade não sabe muito bem como operacionalizar a sua ideia”, explicou o coordenador.
Adriano Fidalgo assinala que, por esse motivo, o projeto partiu para o terreno sob a “forma de mentor”.
Neste trajeto, acrescentou, os empreendedores “foram treinados, evoluindo da ideia para o modelo de negócio e deste para o plano de negócio”.
Foi feita uma avaliação da “sua viabilidade económica, tentando ao mesmo tempo identificar onde estão os seus pontos fracos, capacitando-os e dotando-os de competências de gestão.”
Entre os projetos premiados no âmbito da iniciativa figura o de Sónia Ferreira, criadora de “um adesivo têxtil, com nanotecnologias, sem cola”.
Hugo Miranda, “que se afirma pela conceção de roupa inteligente”, também foi distinguido, tal como a Têxtil Penedo “que está a conceber tecidos com efeitos luminosos para lar e decoração”.
Também foram galardoadas Daniela Sá, criadora de “todo o tipo de artigos de moda em cortiça”, Nazareth Collection, que “utiliza uma fotografia para cada padrão de peça de vestuário” e Mónica Ferreira, autora dos “lençóis que previnem a asfixia dos bebés”.
“Atingidos todos os objetivos” previstos no arranque do projeto, garantiu à Lusa Adriano Fidalgo, há “vontade para continuar” e “mal abram os concursos a ATP avançará com novas candidaturas”.