Quatro dos cinco suspeitos de tráfico de droga em Vila Verde, Braga e Barcelos que foram detidos pela GNR na terça-feira vão aguardar julgamento em prisão preventiva, foi hoje revelado pela Guarda.
Outro dos suspeitos fica em liberdade, sujeito a apresentações bissemanais no posto policial da sua área de residência, bem como proibição de contacto com os demais arguidos.
“No âmbito de uma investigação de tráfico de estupefacientes, que durava desde setembro de 2024, os militares da Guarda realizaram 21 buscas, 11 domiciliárias e 10 em viaturas, nos concelhos de Braga e de Barcelos, culminando na detenção dos suspeitos”, refere o Comando Territorial de Braga da GNR, em comunicado.
A GNR dá conta da apreensão de mais de 6.000 doses de produto estupefaciente: 3.200 doses de canábis (resina), 2.850 doses de cocaína, 162 doses de canábis (folhas e sumidades) e 527 pastilhas de ecstasy.
Os militares da GNR apreenderam também três viaturas, 5.775 euros em numerário, diverso material informático, balanças e outros instrumentos relacionados com o acondicionamento, preparação e embalamento das substâncias estupefacientes.
Os detidos foram constituídos arguidos e os factos remetidos ao Tribunal Judicial de Braga.
Vendia droga a partir de lavandaria
Fonte judicial adiantou que o tráfico teria sido praticado, desde 2024, a partir de uma residência em Padim da Graça, Braga, onde o arguido Rafael C. recebia consumidores e lhes vendia cocaína e haxixe. Mas comercializava as drogas, também, a partir de uma lavandaria na Lage, Vila Verde, que é propriedade da família. A maioria dos pagamentos eram feitos pelo sistema bancário MBWay.
A investigação do da GNR detetou que o suspeito fora já condenado em 2018 no Tribunal de Barcelos pela prática do mesmo crime. Por isso, está, ainda, no regime de prisão domiciliária com pulseira eletrónica, mas com a possibilidade de poder ir trabalhar durante o dia à semana e ao sábado de manhã. Só que, durante o trajeto e no próprio estabelecimento, aproveitava para vender estupefacientes.
Os investigadores assinalam que o Rafael C. tem duas câmaras de vídeo no exterior da residência, na Lage, a partir das quais controla tudo o que se passa à entrada ou nas traseiras.
Diz que, para além da venda direta, o suspeito utiliza uma rede de nove colaboradores, cada um deles com uma tarefa específica, a de entregar drogas fora do perímetro da casa, para as guardar nas suas próprias casas ou para as ir buscar a outros fornecedores. Neste caso, ao concelho de Famalicão ou à Galiza, em Espanha.
*com Luís Moreira