Declarações após o Vitória SC – Estoril Praia (1-0), jogo da segunda jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães:
Moreno (treinador do Vitória SC): “Nos últimos 15 minutos, por incrível que pareça, já depois do Estoril ficar com menos um homem, não controlámos o jogo. Foi aí que precisámos da ajuda da bancada e a ajuda veio. Os momentos finais [entre equipa e adeptos] traduzem o que tem sido o início de época. Traduzem confiança, união, identidade. Podemos não jogar bem, mas temos de ter uma identidade daquilo que é este clube. Os que foram lá para dentro têm de ter vontade de darem tudo.
Entrega terá de existir sempre, mas se pensarmos que só com entrega conseguimos ganhar jogos, estamos enganados. Temos de ter qualidade. E houve. Fizemos uma primeira parte com qualidade, mas não aconteceu o segundo golo. Na segunda parte, entrámos bem e criámos dois lances para marcar. Com a expulsão do Estoril, não conseguimos controlar o jogo. Isso é uma prova de que há muito trabalho para frente. Ninguém se pode acomodar.
Precisamos de melhorar no controle da bola. O Estoril teve mérito, porque arriscou, não tinha nada a perder e colocou homens na frente, mas não faltou concentração aos nossos atletas, ainda para mais com este início de época [com seis jogos em três semanas]
O André [Silva] tem estado realmente muito bem. O trabalho do André a condicionar a primeira fase de pressão e em apoio tem sido fantástico. O Anderson, quando entra [para o eixo do ataque], também dá muitas coisas à equipa. Temos de fazer perceber ao grupo que há momentos em que tem de decidir melhor. Há aqui um período de adaptação e temos de passar tranquilidade aos atletas para terem mais calma e classe no ‘último terço’”.
Nelson Veríssimo (treinador do Estoril Praia): “Estamos chateados pelo resultado. Não entrámos bem com a agressividade ofensiva que pretendíamos. Tivemos paciência na primeira fase de construção, a procurar os espaços que deveríamos ter aproveitado. Não conseguimos ser agressivos no ataque à profundidade. Sofremos o golo fruto de alguma falta de agressividade defensiva, no corredor lateral. O lance começou numa bola parada. Ainda assim, o jogo esteve dividido.
Na segunda parte, fizemos algumas correções, porque estávamos com dificuldades para controlar a largura do Vitória. Assumimos mais riscos e, na segunda parte, mantivemos o jogo sempre dividido. A primeira oportunidade da segunda parte é nossa. Quando estávamos a ‘mexer’ na equipa, tivemos a expulsão do Gonçalo [Esteves], mas a equipa soube reorganizar-se. O Vitória criou-nos problemas, com transições ofensivas que nos obrigaram a recuar. O Estoril teve mérito em manter o jogo ‘vivo’ com menos um jogador e teve uma oportunidade pelo Tiago Araújo, em que o Bruno Varela teve mais mérito [a defender] do que ele demérito.
O Gonçalo certamente irá aprender com isso [expulsão]. Os erros vão-se cometendo. O lance serve de aprendizagem para ele e para todos os outros. Mais importante do que isso é a resposta que a equipa deu até ao final do jogo.
Sabemos o que precisamos em termos de plantel [até ao encerramento do ‘mercado’], mas estamos muito satisfeitos com o que temos, com a forma como os jogadores se estão a entregar ao processo de treino. Com mudança de treinador e mudança de jogadores, é necessário tempo para que os processos sejam consolidados”.