Nem a chuva que se faz sentir, acoplada a um aviso meteorológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), impediu que dezenas de corajosos enfrentassem as águas do rio Cávado, na Praia do Faial, em Prado, Vila Verde, para o “Primeiro Mergulho do Ano”.
Liderados por Mouzinho, que mantém a tradição viva, os aventureiros lançaram-se ao rio logo pela manhã, indiferentes ao frio e à chuva.
“Isto é muito espontâneo. Não há inscrições nem nada. Após o mergulho, dá-se duas de treta, conversa-se, fala-se um pouco, come-se uma ‘natinha’, bebe-se um copinho ou dois de vinho do Porto, ou os que quiser, e depois cada um vai à sua vida”, relata o também assistente técnico na secretaria de uma escola de Prado.
Com a centenária Ponte de Prado como pano de fundo, a tradição foi ganhando “raízes fortes na margem direita do Cávado”.
“Já se tornou numa tradição. Costumo dizer que ‘comigo ou sem migo’ isto vai acontecer sempre. As pessoas gostam, adoram e aderem a esta iniciativa”, refere, orgulhoso.
Mousinho diz que passa muito tempo junto ao rio Cávado na Vila de Prado, acrescentando que nada “todos os fins de semana”. Nesta época do ano, a temperatura da água ronda os 10/12 graus.
“Já conheço o rio como a palma da minha mão. Há quem invente que o rio tem problemas. É lógico que temos de ter cuidado com as correntes, mas o rio é muito calmo. Pode nadar-se para cima e para baixo. Quem souber nadar, não tem problemas”, sublinha o sexagenário.