Portas defende que Portugal precisa do CDS para travar extremismos

Foto: Lusa

O antigo presidente do CDS-PP Paulo Portas defendeu hoje que o sistema político português precisa deste partido para travar o crescimento de extremistas, da crispação e de ódios e promover a racionalidade e a concórdia.

“Sem o CDS, Portugal e o seu sistema político ficam pior. Sem o CDS, haverá menos ideias e mais gritaria. Sem o CDS, haverá menos moderados e mais extremistas. Sem o CDS, haverá menos racionalidade e mais demagogia”, declarou Paulo Portas, num encontro de ‘rentrée’ política do CDS-PP em Lisboa, em frente à sede nacional deste partido.

O antigo vice-primeiro-ministro – que discursou antes do presidente do CDS-PP, Nuno Melo – acrescentou: “Sem o CDS, haverá menos racionalidade e mais demagogia. Sem o CDS, haverá menos quadros de qualidade e mais aparelhistas medíocres na política. Sem o CDS, haverá menos concórdia e respeito pelos outros, e mais crispação, mais divisão, mais insultos e até ódios”.

“Sem o CDS, haverá menos viabilidade para uma alternativa, porque sem o CDS será fácil a alguns fazer campanhas baseadas no medo e mais difícil construir um projeto de esperança”, prosseguiu Paulo Portas, aconselhando: “Olhem para o que aconteceu em Espanha e tirem as vossas lições”.

Antes de Paulo Portas, também os antigos presidentes do CDS-PP Manuel Monteiro e Assunção Cristas discursaram nesta ‘rentrée’ do partido, que deixou de ter representação na Assembleia da República nas últimas legislativas, de janeiro de 2022, e viu o Chega e a Iniciativa Liberal tornarem-se respetivamente na terceira e quarta maiores forças parlamentares.

Na sua intervenção, Assunção Cristas definiu o CDS-PP como “uma direita moderada”, que “respeita as instituições” e “uma direita responsável”, observando que “moderação é um valor que às vezes parece que caiu em desuso” e que implica “capacidade de ouvir, capacidade de integrar, capacidade de resolver sem ir para os extremos, sem ir para os radicalismos”.

“É na moderação, no bom senso, na racionalidade e na sensibilidade que nós conseguimos ter soluções eficazes para os problemas”, sustentou a antiga ministra.

Por sua vez, Manuel Monteiro afirmou que o CDS-PP – partido do qual voltou a ser militante em 2020, cerca de 20 anos depois de ter saído para fundar a Nova Democracia – “é uma direita livre, é uma direita humanista, é uma direita democrática” e não “uma direita segregacionista” nem “uma direita isolacionista”.

Manuel Monteiro apontou o CDS-PP como fundamental para a construção de “uma alternativa de governo para Portugal” à direita, mas considerou que pode acontecer, “por razões puramente conjunturais, práticas, egocêntricas e com pouca capacidade de visão, que o atual PSD não tenha a perspetiva de que nunca como agora foi necessário trabalhar para construir uma alternativa de futuro” conjunta.

 
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