A população da vila de Cavez manifesta-se esta segunda-feira em frente à Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto em protesto contra a não aplicação na freguesia de uma verba de 2,7 milhões de euros paga pela Iberdrola por causa da construção da barragem de Daivões.
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O presidente da Junta de Freguesia, Paulo Guerra disse a O MINHO que a empresa elétrica espanhola se comprometeu a dar aquele montante, pago em parcelas anuais, até 2023, para compensar o impacto que a barragem teve na pista de pesca, cuja ampliação, prevista no orçamento municipal, se tornou inviável com a empreitada.
“Só em 2023 é que voltámos a ter a pista de pesca. A Iberdrola combinou com a Câmara pagar uma compensação à freguesia, mas a Autarquia está a investir o dinheiro noutras obras e noutros locais”, sublinhou, frisando que, além da pista, a zona de Cavez está a sofrer outros impactos negativos, como os da destruição de estradas e caminhos com a passagem de camiões.
O autarca diz que protestou “inúmeras vezes” na Câmara e na Assembleia Municipal contra o “desvio” das verbas e pedindo a sua aplicação na zona, mas a maioria socialista chumbou sempre as iniciativas nesse sentido.
“Como não nos ouvem, temos que nos fazer ouvir e vamos protestar junto da Câmara”, acentuou.
O projeto para a zona – a concretizar com aquela verba – previa obras de renaturalização das margens do Rio Peio, na praia da Ranha, obras no Centro Urbano de Cavez, nomeadamente do novo arruamento do Pedral, na vila de Cavez, e a beneficiação dos sistemas de abastecimento público de água à freguesia, com reforço das captações, instalação de novas condutas e beneficiação de reservatório em Moimenta, reforço das captações para abastecimento à aldeia de Arosa e, ainda, a reparação do reservatório da Reboriça e a beneficiação do sistema de bombagem da respetiva captação.
O MINHO não conseguiu, até ao momento, obter uma reação do Município.