Laurinda da Conceição Correia, de Ponte de Lima, celebra, esta quarta-feira, 105 anos de vida. É muito provavelmente a mulher mais velha do concelho limiano e, com certeza, das mais idosas do Alto Minho e Portugal.
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Nascida em Faldejães, freguesia de Arcozelo, em Ponte de Lima, filha de Ernesta da Conceição Correia e José Fernandes Júnior, foi criada junto os cinco irmãos e dois primos.
Casou aos 27 anos com José d’Abreu Pereira, conhecido como Zé Lau, com quem teve sete filhos.
Já na altura revelou-se “uma mulher determinada”, tendo contraído matrimónio “sem o apoio de parte da família”, revela a O MINHO fonte familiar.
Começou por trabalhar como governanta em várias casas senhoriais, com destaque para o Convento Vale de Pereiras e a Casa Grande da Freiria.
Depois de casar, trabalhou na agricultura e de noite fazia arranjos de guarda-chuvas juntamente com o marido, que, por sua vez, durante o dia, trabalhava de barbeiro e mecânico.
Compram o negócio de oficina mecânica em que o marido trabalhava e, mais tarde, abrem uma barbearia junto à igreja matriz e uma outra sociedade no Largo de Camões com uma taberna no rés do chão da casa onde habitam. Assim, todos os filhos começam a sua atividade profissional nos negócios da família.
Laurinda Correia acompanhou de perto todos os negócios, tratando dos mais variados assuntos com a banca, fornecedores e clientes, trabalhos que na altura pertenciam maioritariamente aos homens.
Por tudo isso, “é reconhecida socialmente pela sua determinação, dinâmica, capacidade de trabalho e dedicação à família”.
Hoje, com 105 anos, viúva, Laurinda Correia mantém esse mesmo vigor e uma “grande força de vontade de viver”, conta a O MINHO o neto Ivo Grácio. “É uma pessoa que não se acomoda, sempre ativa, e acho que é isso que lhe dá esta longevidade”, acrescenta, sublinhando que a avó está “bem de saúde” e “lúcida”.
A importante data – não é todos os dias que se celebra uma vida de 105 anos – vai ser assinalada com uma festa no lar onde reside condicionada pelas restrições impostas pela covid-19.
Nascida a 28 de julho de 1916, foi ainda criança que passou pela ‘Gripe Espanhola’, que eclodiu em 1918. E, hoje, celebra 105 anos com o mundo a enfrentar uma nova pandemia. A idade é um posto e a longevidade permite-lhe pertencer a um número restrito de pessoas em todo o mundo que viveram em duas pandemias.